O Ministério da Saúde informou ter recebido a primeira remessa do antiviral Tecovirimat para tratar casos graves da varíola dos macacos, nesta sexta-feira.
Os 12 primeiros tratamentos foram doados pela fabricante, a farmacêutica Siga Technologies. A pasta informou seguir em tratativas com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o laboratório para obter mais lotes.
Anteontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade a dispensa de registro para que a pasta importasse e utilizasse o medicamento. A dispensa temporária tem validade de seis meses, desde que não seja expressamente revogada pela Anvisa. Em seu voto, a relatora, Meiruze Freitas, destacou que a liberação excepcional se dá para “conferir previsibilidade e agilidade ao acesso a produtos que podem salvar vidas e controlar os danos da monkeypox”.
A Anvisa tomou a decisão com base em relatórios de avaliação de agências sanitárias internacionais, da European Medicines Agency (EMA) e Food and Drug Administration (FDA).
Segundo o órgão brasileiro, a cápsula de uso oral é indicada para adultos, adolescentes e crianças com peso mínimo de 13 quilos. Por ora, o tratamento será voltado aos pacientes com quadro grave da doença, conforme o Ministério da Saúde. Os critérios para elegibilidade ficarão a cargo do Centro de Operação de Emergências para Monkeypox (COE), que “segue os padrões internacionais de uso do medicamento”, destacou a pasta, em nota.
“Vale lembrar que a autorização é para uso compassivo apenas em casos graves da doença.
Os estudos de eficácia do medicamento ainda estão em curso”, destacou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em publicação no Twitter.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 8% dos casos no mundo precisaram de internação hospitalar, e 0,1% em unidade de terapia intensiva (UTI). A diretora explicou que Tecovirimat age em uma área encontrada na superfície do vírus. Essa interação impede que ele se reproduza normalmente, o que retarda a propagação.
VACINA
Na quinta, a Anvisa também aprovou a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe a vacina Jynneos/Imvanex, para imunização contra a varíola dos macacos. O imunizante é destinado a adultos a partir de 18 anos. O Estadão questionou se havia previsão para a chegada dos imunizantes e o ministério apenas disse que “segue em tratativas”.
A pequena quantidade de doses, porém, será totalmente destinada aos profissionais da saúde que lidam diretamente com pacientes e materiais infectados pelo vírus. “Essas 50 mil doses não têm o poder de controlar esse surto”, afirmou Marcelo Queiroga.
Fonte: O Estado de S.Paulo