A Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, liberou nesta semana mais um Boletim Epidemiológico analisando as arboviroses registradas no Brasil durante o ano de 2022. Conforme demonstra a análise, até a 48ª Semana Epidemiológica (2 de janeiro a 5 de dezembro de 2022), 1.400.100 casos prováveis de dengue foram registrados no Brasil, com taxa de 656,3 casos a cada 100 mil habitantes, representando um aumento de 172,4% dos casos quando comparado com o mesmo período de 2021.
Na atual conjuntura e assim como nas edições passadas, o Centro-Oeste segue sendo a região que apresentou as maiores taxas de incidência de dengue no País, totalizando 1.993 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, está a região Sul, com 1.043,3 casos/100 mil habitantes; Sudeste, registrando 512,7 casos/100 mil habitantes; Nordeste, apresentando 420,5 casos/100 mil habitantes; e, por fim, o Norte, totalizando 253,2 casos/100 mil habitantes.
Os municípios que registraram o maior número de casos prováveis de dengue até o momento se dividem entre: Brasília – DF, com 67.274 casos (2.174,1/100 mil habitantes); Goiânia – GO, 53.796 casos (3.458,2/100 mil hab.); Aparecida de Goiânia – GO, 25.138 casos (4.176,8/100 mil hab.); Joinville – SC, 21.017 casos (3.539,9 /100 mil hab.); Araraquara – SP, 21.017 casos (8.737,4/100 mil hab.); e São José do Rio Preto – SP, 19.927 casos (4.247,3/100 mil hab.).
Até o atual período de análise, 1.414 casos de dengue grave foram confirmados, ao passo que houve 17.576 confirmações de dengue com sinais de alarme. Outros 632 casos permanecem em investigação.
Em relação aos óbitos, foram confirmadas 978 mortes ocasionadas por dengue, 844 delas por critério laboratorial e 134 por critério clínico epidemiológico. As unidades federativas com mais registros de óbitos pela arbovirose foram São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Noventa e oito óbitos seguem em investigação.
Chikungunya
Sobre os casos de Chikungunya, é indicado que até a 48ª Semana Epidemiológica, foram registrados 170.186 casos prováveis da enfermidade no País, uma taxa de incidência de 79,8 casos a cada 100 mil habitantes. Comparando com o mesmo período de 2021, é possível identificar que houve um aumento de 79% dos casos documentados.
Este ano, a maior incidência da arbovirose aconteceu na região Nordeste, totalizando 255,7 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, está o Centro-Oeste, com 36,5 casos a cada 100 mil habitantes; e o Norte, com 26 casos a cada 100 mil habitantes.
Os municípios com os maiores índices de Chikungunya, até o momento da liberação da análise, foram Fortaleza – CE, com 20.550 casos (760,2/100 mil hab.); Maceió – AL, 5.770 casos (559,3/100 mil hab.); Brejo Santo – CE, 3.664 casos (7.299,5/100 mil hab.); Crato – CE, 3.394 casos (2.534,5/100 mil hab.); João Pessoa – PB, 2.934 casos (355,3/100 hab.); Salgueiro – PE, 2.835 casos (4.605,2/100 mil hab.) e Juazeiro do Norte – CE, 2.831 casos (1.017,4/100 mil hab.).
Foram confirmados 91 óbitos causados por Chikungunya até o momento, de modo que o estado do Ceará possui a maior concentração das mortes, 44,8%, ou seja, 39 delas. Vale salientar que outros 15 óbitos seguem em investigação no País.
Zika
Os dados obtidos sobre Zika Vírus, por sua vez, correspondem à análise realizada até a 46ª Semana Epidemiológica, período de 2 de janeiro a 19 de novembro de 2022. Até este momento, foram documentados 9.256 casos prováveis, simbolizando uma taxa de incidência de 4,3 casos a cada 100 mil habitantes, um aumento de 47,1% no número de casos quando comparado com o mesmo período de 2021.
O Nordeste apresentou a maior taxa de incidência de Zika em 2022, sendo 13,6 casos a cada 100 mil habitantes, seguido pelo Norte (3,2 casos/100 mil hab.) e Centro-Oeste (1,7 caso/100 mil hab.). Até o momento, houve a confirmação de apenas um óbito no País, que ocorreu no estado de Goiás.
Por sua vez, os municípios com as maiores taxas de casos prováveis de Zika até a semana analisada foram União dos Palmares – AL, registrando 377 casos (571,5/100 mil hab.); Parnamirim – RN, 289 casos (106,1/100 mil hab.); Macaíba – RN, 278 casos (335,6/100 mil hab.); Natal – RN, 259 casos (28,9/100 mil hab.), Extremoz – RN, 246 casos (840,1/100 mil hab.); Macajuba – BA, 233 casos (2.058,7/100 mil hab.); e Baía Formosa – RN, 208 casos (2.219,1/100 mil hab.).
Foram documentados 575 casos prováveis de Zika em gestantes, sendo que neste quadro, 157 foram confirmados. Os estados com mais confirmações de casos da arbovirose em mulheres grávidas foram Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, totalizando 69,6% dos casos registrados no Brasil.
Febre amarela
Sobre os dados da doença, o Boletim pontua que entre julho de 2022 e junho de 2023 foram notificados 123 casos humanos suspeitos, dos quais nenhum foi confirmado.
A transmissão do vírus entre primatas não humanos foi registrada apenas no estado do Paraná, sinalizando a circulação ativa do vírus nesse estado e o aumento do risco de transmissão às populações humanas durante o próximo período sazonal (dezembro a maio).