CQH debate gestão de indicadores na primeira Assembleia de hospitais do ano

Na manhã da última quinta-feira, 24 de fevereiro, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), da Associação Paulista de Medicina (APM), realizou a primeira Assembleia dos hospitais participantes de 2022, apresentando o tema “Gestão de Indicadores”.

Últimas notícias

Na manhã da última quinta-feira, 24 de fevereiro, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), da Associação Paulista de Medicina (APM), realizou a primeira Assembleia dos hospitais participantes de 2022, apresentando o tema “Gestão de Indicadores”.

“Nunca é demais revisitar o tema Gestão de Indicadores, pois sabemos que no Programa CQH, existem hospitais que ainda estão começando a entender os processos de indicadores e, independente do grau de amadurecimento da instituição sobre o assunto, é sempre bom revisar o tema, para que possamos obter melhores resultados”, disse a moderadora do evento Nancy Val y Val Peres da Mota, especialista em Administração de Serviços de Saúde e membro da governança do Programa CQH.

Orlando Pavani Júnior, pós-graduado em Economia Empresarial e em Medicina Comportamental, mestre em Administração Integrada e em Administração e Desenvolvimento Empresarial, foi o palestrante convidado. Antes de iniciar a apresentação, ele agradeceu o convite e ressaltou a importância do tema dentro dos hospitais participantes. “Indicadores precisam sempre ser debatidos, pois são um referencial do nosso modelo de primazia da gestão, utilizados principalmente em empresas que prestam serviços, sejam elas públicas e privadas.”

Inteligência de medição

Para uma boa gestão hospitalar, os indicadores são ferramentas indispensáveis. Com o objetivo de realizar uma avaliação do desempenho de empresas/hospitais, podem ser usados como recursos estratégicos, por meio dos dados da instituição para criar estruturas de trabalho, gerando melhoria contínua.

O palestrante destacou que implementar o gerenciamento dos indicadores e análises críticas decorrentes deles é um trabalho muito mais cultural do que técnico. “Embora existam duas vertentes, eu diria que a prática é dividida em 30% técnico e 70% voltado para a área comportamental.”

Pavani ressaltou também que a inteligência de medição para hospitais é formada por dados, informações, indicadores, conhecimento e inteligência, composta por coleta e organização, tratamento e contextualização, foco e revitalização, análise crítica e tomada de decisão, monitoramento e projeções.

“É importante frisar que os indicadores servem para separar processos bons e ruins, é inegável a importância de se constatar os resultados das ações ou até mesmo das intenções. Um sistema de indicadores sem uma política de consequências não irá funcionar, pois o objetivo sempre será conseguir as melhores performances possíveis dentro do que foi planejado”, complementou.

Segundo o especialista, uma organização deve medir duas vertentes, o processo de performance e os projetos, cada um com sua determinada métrica, de acordo com os planos. “No caso da performance dos processos organizacionais, deve ocorrer de ponta a ponta, sejam eles estratégicos ou simplesmente importantes (métricas infinitas). Já as estratégias medem a performance dos projetos (métricas finitas).”

Dimensões da estrutura de indicadores

Prosseguindo com a palestra, Orlando Pavani explicou sobre a importância da medida de grandezas, compostas por cinco pilares: qualidade, custo, tempo, moral e segurança. Ainda ressaltou que todo indicador deve conter taxa, índice ou coeficiente. “Se temos dinheiro e grandezas no mesmo nível, teremos uma proporção; grandezas iguais entre numeradores e denominadores são chamadas de taxa; dimensões de numeradores e denominadores, índice; e, por fim, para uma conta mais complexa, é gerado um coeficiente.”

De acordo com ele, em questão de qualidade, seria melhor termos coeficiente como prioridade, seguido de índice e taxa. “Se pudéssemos ter mais índice do que taxas, seria ótimo, mas não é tão fácil, e geralmente não são definidos da forma correta pelas empresas. Não é só uma questão semântica, é um conceito que precisa ser corrigido para o avanço e melhoria da organização.”

O especialista ainda afirmou que os termos dados aos indicadores são definidos conforme sua estrutura de cálculo e objetivos futuros da entidade. “Devemos sempre priorizar as metas, podendo ser definidas também como um acréscimo ou decréscimo de algo que já foi conquistado. Mas, se temos uma meta, é para algo que deve ou precisa ser melhorado. Sendo assim, deve ser estabelecida pensando nos altos e baixos de todo processo.”

Por fim, ele ressaltou que. além das metas, também é preciso estabelecer e definir o RPI (Requisito das Partes Interessadas) para alcançar as expectativas. “Meta é algo ousado, mas possível, já o RPI é uma vontade da parte interessada. Portanto, muitos indicadores terão somente RPI, sem nenhum objetivo estabelecido, pois não haverá nenhum dado histórico e, do ponto de vista do regulador, o RPI é a parte mais importante.”