A gravidez na adolescência se configura como um preocupante problema de saúde pública, por conta dos inúmeros impactos e riscos que a gestação precoce pode causar na gestante e no feto. De acordo com o levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, houve uma queda considerável no número de adolescentes grávidas no Estado nos últimos 20 anos, de modo que o número de casos, que antes alcançava 141 mil jovens, foi para 49 mil.
Os números de nascimentos de crianças, filhas de adolescentes, vêm apresentando redução desde 1998, ano em que foram registrados 4.343 casos em jovens de 10 a 14 anos, enquanto em 2021, o número foi de 1.657 entre esta mesma faixa etária. No caso de adolescentes entre 15 a 19 anos, os apontamentos demonstram que o número de nascimentos, que antes era de 136.685, foi para 47.385 – proporcionalmente falando, em 2021, o total de nascidos de mães entre 10 e 19 anos foi de 9,3%, enquanto em 1998 este valor alcançava os 20%.
A redução no número de nascimentos, representa um total de 65,3% para jovens de 15 a 19 anos e de 65,2% para adolescentes entre 10 a 14 anos. A Secretaria vem realizando, desde 1995, uma série de programas e ações de conscientização que englobam a capacitação de profissionais, que, por meio de abordagens efetivas, permitem que os adolescentes conheçam e entendam o funcionamento dos diferentes métodos contraceptivos e como podem utilizá-los como forma de prevenção.
Também são promovidas rodas de conversa na Casa do Adolescente, no intuito de fortalecer as relações de autoestima, segurança e autocuidado entre as jovens. Não obstante, para contribuir com a prevenção e continuar reduzindo o número de casos, o SUS distribui gratuitamente contraceptivos em diferentes locais ao redor dos municípios do estado, além de fornecer a implantação gratuita de dispositivos intrauterinos (DIU) – feitos com material de cobre e hormonal – e frequentemente promover ações voltadas para a saúde sexual e reprodutiva.
Embora as taxas ainda sejam preocupantes, as informações da Secretaria e do Governo do Estado indicam que atualmente São Paulo conta com mais de 120 serviços de auxílio e conscientização voltados à esta população, visando manter o panorama de redução no número de gestações precoces, e, assim, possibilitar maior compreensão acerca do assunto.