De acordo com informações do mais recente boletim epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, entre os anos de 2015 a 2021, foram notificados 20.444 casos suspeitos de síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ). Destes, 3.662 (17,9%) foram confirmados para alguma infecção congênita, e 1.834 (50,1%) foram classificados como SCZ.
O maior índice de confirmação ocorreu durante o período de Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN), no ano de 2015 até 2017. O Nordeste do País registrou a maior incidência de casos, com 924 em 2015 e 412 em 2016. Nos anos seguintes, o número de casos diminuiu gradativamente.
Em 2021, foram registrados 801 casos suspeitos, notificados em sua maioria (649) em recém-nascidos, dos quais 6 casos foram confirmados para SCZ e outros 496 ainda estão sendo investigados.
Segundo as informações, observou-se que dos 1.696 nascidos vivos com SCZ entre 2015 e 2021, a maior incidência de casos ocorreu no sexo feminino, com 53,5% dos casos; a maioria apresentando peso adequado; nascidos entre 37 e 41 semanas de gestação; e com predominância em mães com idade entre 20 e 29 anos de idade.
Óbitos e casos graves
Durante os anos de análise, 13,4% (246/1.834) dos casos confirmados para SCZ foram a óbito, sendo 51 fetais em decorrência da infecção congênita pela doença. O Nordeste registrou a maior ocorrência de óbitos nos anos de 2016 e de 2021.
Dos 231 óbitos confirmados para a doença, a maioria se deu no sexo feminino (122; 52,8%), no final da gestação (131; 56,7%), com baixo peso ao nascer (103; 44,6%) e predominantemente em mães com idade entre 20 e 29 anos (107; 46,3%). Destaca-se que anomalias congênitas foram as causas de óbito mais frequentes registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (141; 61%) no período.
O diagnóstico de casos da doença é complexo, e pode ocorrer no período gestacional, no parto ou durante o período pré-natal. Contudo, alterações neuropsicomotoras podem ser identificadas e diagnosticadas a qualquer momento após o nascimento e, em alguns casos, durante o desenvolvimento da criança.
O Ministério da Saúde ressalta que, caso o monitoramento da doença não seja feito de forma constante para apresentar medidas de prevenção da transmissão, incluindo o controle vetorial,
tona-se possível a ocorrência de novos surtos e epidemia, visto que o Aedes aegypti apresenta-se disperso em território nacional.