Mais Médicos: Diretor de Defesa Profissional concede entrevista à rádio da Bahia

O diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina, Marun David Cury, foi entrevistado pela Rádio Princesa FM, de Feira de Santana (BA), na última semana

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O diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina, Marun David Cury, foi entrevistado pela Rádio Princesa FM, de Feira de Santana (BA), na última semana. Durante a conversa, Marun exprimiu as suas principais preocupações em relação à volta do programa Mais Médicos.

O diretor da APM fez uma avaliação sobre os impactos do programa para a classe e também para a população nacional, relembrando que ao ser inicialmente lançado em 2013, no Governo de Dilma Rousseff, não se sabia a real bagagem científica dos profissionais contratados para trabalhar no Brasil naquela época, já que seus documentos eram apenas cópias não autenticadas, impossibilitando comprovar seus conhecimentos técnicos.

Pelo fato de os Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Medicina terem vetado a autorização para a vinda desses profissionais sem revalidação de diplomas, o então Governo pediu para o Ministério da Educação fornecer a possibilidade de atuação dessas pessoas, passando por cima da decisão das autarquias, que constitucionalmente são quem permitem a atuação de médicos no território nacional.

“Nunca vimos a avaliação científica do Mais Médicos, por isso que as entidades de classe o repudiaram e não o aprovaram. Nós, médicos, não temos partido político, mas queremos defender os interesses do nosso segmento e queremos que a população receba atendimento de qualidade. Se o Governo quiser interiorizar o médico, é preciso dar estrutura e apoio para ele, não o jogar em uma Unidade Básica de Saúde, sem condições de atendimento”, explicou.

Marun Cury ressaltou que na nova formatação do Mais Médicos, a expectativa é de se ofertar 15 mil vagas para profissionais brasileiros devidamente licenciados e autorizados para trabalharem no País. Caso essas vagas não sejam preenchidas, o Governo irá apelar para os médicos formados no exterior, mesmo no caso daqueles que não conseguiram ser aprovados no Exame de Revalidação – que comprova que os profissionais têm os conhecimentos necessários para exercerem a Medicina no Brasil – o que preocupa fortemente a classe.

“As entidades médicas já manifestaram preocupação com esse programa. Foi anunciado e disseram que ele é um sucesso, mas nunca nos foi apresentado nada que comprovasse isso, que permitisse que a classe médica investigasse realmente como é que se deram os atendimentos. Eles já viram várias manifestações do nosso segmento, mas ninguém nunca procurou uma entidade como o Conselho Federal de Medicina ou a Associação Médica Brasileira para uma conversa ampla”, complementou.