Ministério da Saúde investiga coinfecção de Covid-19 e hanseníase

Cruzando informações de três bancos de dados distintos, o Ministério da Saúde, por meio de linkage probabilístico, identificou 522 casos de coinfecção por Covid-19 e hanseníase no Brasil. Desta forma, é possível dizer que 1,1% dos pacientes de hanseníase no País foram infectados pelo Sars-CoV-2.

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Cruzando informações de três bancos de dados distintos, o Ministério da Saúde, por meio de linkage probabilístico, identificou 522 casos de coinfecção por Covid-19 e hanseníase no Brasil. Desta forma, é possível dizer que 1,1% dos pacientes de hanseníase no País foram infectados pelo Sars-CoV-2.

A maior parte (42%) desses cidadãos tem mais de 60 anos, embora a duplicidade tenha surgido em todas as faixas etárias. A prevalência nos idosos foi 12,8 vezes maior em relação ao grupo das crianças (menores de 15 anos em geral).

Em relação às características clínicas da hanseníase, a maioria deste recorte possuía a doença multibacilar e teve diagnósticos tardios, com incapacidades físicas instaladas. A maior parte do grupo também desenvolveu reações hansênicas durante o tratamento.

Analisando a incidência de Covid-19 em portadores de hanseníase, o País teve, no intervalo do estudo publicado em boletim epidemiológico do Ministério, coeficiente de 10,9 casos coinfectados para cada mil casos de hanseníase em tratamento.

A distribuição foi heterogênea entre as Unidades Federativas. Os estados que mais sofreram foram Goiás (28,43), Amazonas (26,74), Santa Catarina (20,55) e Minas Gerais (19,93). Por sua vez, os estados do Rio Grande do Norte (2,7), do Maranhão (2,91) e do Paraná (3,61) apresentaram os menores valores.

A pasta estima que uma a cada quatro das pessoas coinfectadas foram a óbito. Os estados em que mais ocorreram mortes desses doentes foram: Amapá (100%), Rio Grande do Sul (50%), Paraná (50%), Alagoas (50%) e Ceará (47,3%).

Apesar da baixa incidência de Covid-19 em pessoas em tratamento de hanseníase, o Ministério mostra preocupação com a alta prevalência e letalidade entre idosos. Segundo a análise do órgão, esse grupo etário apresentou chance de óbito nove vezes maior em relação às crianças. Podem explicar esse quadro a redução na capacidade de resposta imune dos idosos, além da maior prevalência de comorbidades.