Boletim revela cenário da obesidade no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, é previsto que até 2025 aproximadamente 167 milhões de pessoas se tornarão menos saudáveis por apresentarem sobrepeso ou obesidade

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A mais recente edição do Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostra o cenário da obesidade no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas no mundo são classificadas como obesas, estabelecendo-se, assim, como uma das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mais comuns.

De acordo com a pasta, é previsto que até 2025 aproximadamente 167 milhões de pessoas – crianças, adolescentes e adultos – se tornarão menos saudáveis por apresentarem sobrepeso ou obesidade. Para a OMS, indivíduos obesos são aqueles que possuem índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m². Já pessoas com IMC entre 25 e 29,9 kg/m² são consideradas com sobrepeso.

Perfil dos afetados

A análise do Ministério destaca que a prevalência de obesidade nos anos de 2013 e 2019 apresentou padrões distintos quando consideradas as variáveis sexo e faixa etária. Em 2013, a prevalência para o sexo masculino era de 16,8%, alcançando 21,8% em 2019; a variável representa um aumento de 29,76%. Com relação ao sexo feminino, houve um acréscimo de 24,58%, passando de 23,6% em 2013 para 29,5% em 2019.

Relacionado à prevalência de obesidade por faixa etária, o documento concluiu que o grupo de 45 a 59 anos se destaca; pessoas desta categoria registraram um incremento de 35,71%, passando de 26,6% em 2013 para 36,1% em 2019. Apesar de variações menos expressivas em outras faixas etárias, todas apresentaram acréscimo.

Segundo o Boletim, em 2013, a prevalência para a população branca era de 22,3%, enquanto em 2019 esse número aumentou para 27%, o que representa um aumento percentual de 21,17%. No mesmo período, a população preta apresentou um acréscimo de 7,69%, passando de 23,2% para 30,9%. Por sua vez, a população parda registrou um aumento de 26,6%, indo de 18,8% em 2013 para 23,8% em 2019.

Em termos de escolaridade, todas as categorias apresentaram acréscimo na prevalência de obesidade nos anos de pesquisa. O grupo com ensino fundamental incompleto mostrou um aumento de 27,15%, passando de 22,1% para 28,1%.

Territórios

Configurando-se como um problema consistente entre os brasileiros, o total da população também manifestou uma tendência de acréscimo, passando de 20,8% em 2013 para 25,9% em 2019, correspondendo a um aumento percentual de 24,04%.

Na Região Norte, o levantamento apontou que o percentual de obesidade apresentou um leve aumento, de 17,5% em 2013 para 17,8% em 2019 (1,71% a mais em sete anos). O Nordeste registrou um incremento de 25,14%, partindo de 17,9% para 22,5% no mesmo período.

Na Região Sul, a prevalência de obesidade aumentou significativamente, 19,83%, indo de 23,2% para 27,6%. O mesmo aconteceu com a Região Centro-Oeste, que aumentou 25,5%, indo de 15,38% (2013) para 22,1% (2019). Entre todo o território brasileiro, a Região Sudeste foi a que evidenciou maior percentual, com crescimento de 29,41% – de 22,1% em 2013 para 28,7% em 2019.

O mapeamento registrou ainda a quantidade de óbitos por obesidade entre 2010 e 2021. No ano de 2019, não houve um acréscimo expressivo no número de mortes, apontando aumento de 6,9% em relação a 2018. Já os anos em destaque são o de 2020 – acréscimo de 22,8% em relação a 2019; e 2021 – aumento de 44,9% e de 18% em relação a 2019 e 2020, respectivamente.