Recentemente, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, divulgou um novo Boletim Epidemiológico que apresenta dados relacionados aos tratamentos da tuberculose no País entre 2018 e 2023. Em termos globais, estima-se que um quarto da população esteja infectada e, destes, cerca de 5% a 10% desenvolverão a tuberculose ativa.
No período de estudo, foram notificadas 165.672 pessoas que iniciaram o tratamento preventivo, sendo 2023 o ano em que houve o maior número de registros. As unidades da Federação que registraram o maior número de tratamentos no último ano da pesquisa foram São Paulo (30,8%), Rio de Janeiro (11,4%) e Rio Grande do Sul (8,4%).
Características populacionais
A maioria dos tratamentos preventivos da tuberculose registrados em todos os anos analisados foi em pessoas que se autodeclararam pardas (44,5%), seguidas pelas brancas (34,6%). A análise observou que a população parda obteve o maior percentual em 2018 (47%) e uma redução em 2023 (43%). O percentual de pessoas brancas aumentou, passando de 27,2% no primeiro ano para 34,3% em 2023.
De acordo com o órgão, a maior parte dos procedimentos de cura iniciados no período analisado foi em pessoas do sexo feminino, com 85.736 registros, correspondendo a 51,8% do total. Nesse recorte, a faixa etária de 35 a 44 anos se destacou (17,5%), assim como a população autodeclarada parda (44,5%). Entre a população masculina, as faixas etárias com maiores prevalências nos tratamentos foram de 25 a 34 anos (17,9%) e de 35 a 44 anos (17,9%).
Características clínicas
Segundo o Ministério da Saúde, levando em conta o esquema terapêutico, 120.650 pessoas (72,8%) usaram isoniazida, 36.674 (22,1%) utilizaram 3HP e 8.348 (5,0%), rifampicina. Entre as pessoas que usaram isoniazida, 94,7% tiveram o tipo de entrada classificada como casos novos, seguido da categoria reingresso após interrupção do tratamento (1,4%) e reexposição (0,4%).
Com relação ao tratamento com 3HP, 89,1% dos indivíduos foram classificados como casos novos. A utilização do 3HP foi implementada em agosto de 2021. Até então, a isoniazida era o medicamento mais utilizado no tratamento preventivo da tuberculose, respondendo por quase 100% dos tratamentos. Após a implantação do novo esquema terapêutico, 52,4% dos novos tratamentos preventivos de 2023 foram realizados com 3HP. A pasta salienta que essa opção foi a mais vantajosa quando comparada com as demais alternativas terapêuticas.
Além disso, o documento detalha os dados relacionados a pessoas com HIV/AIDS. Dessa população, 29.779 (18%) iniciaram o tratamento preventivo da tuberculose, com 13.645 (45,8%) declarando-se pardas. O procedimento foi suspenso por reações adversas em 149 (0,5%) pessoas, e 18.616 (62,5%) completaram o tratamento.