No dia 6 de fevereiro, o Ministério da Saúde publicou uma nova edição do Boletim Epidemiológico sobre acidentes escorpiônicos no Brasil em 2022. Segundo o documento, um dos objetivos do estudo é fornecer subsídios aos gestores de Saúde no desenvolvimento de ações de educação em Saúde e melhoria no atendimento médico e assistencial no âmbito do SUS.
De acordo com o Ministério, estima-se que 2,3 bilhões de pessoas vivam em áreas com risco de acidentes escorpiônicos no mundo, sendo que 1,2 milhão de pessoas são picadas anualmente e aproximadamente 3.300 vão a óbito.
Panorama nacional
O Boletim aponta que o ataque por animais peçonhentos é a doença ou agravo com mais registros nos sistemas de notificação do Ministério da Saúde. Em 2022, foram registrados 292.440 acidentes por criaturas peçonhentas, sendo que os acidentes escorpiônicos foram responsáveis por 183.738 casos, o que corresponde a 68% do total.
Com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o estado de São Paulo é o maior notificador de acidentes escorpiônicos, com 42.757 casos em 2022. Em seguida, destacam-se Minas Gerais, com 36.202 casos notificados; Bahia, com 19.890 notificações; Pernambuco, com 15.416 ocorrências; Alagoas, com 11.470 notificações; e Ceará, com 6.451 casos.
Já em relação às taxas de letalidade, os estados com as maiores taxas são Rondônia (0,34%), Rio de Janeiro (0,15%), Rio Grande do Norte (0,12%) e Tocantins (0,11%). O órgão alerta que, dos 92 óbitos registrados, apenas 38 tiveram a variável “data do óbito” preenchida, tornando esses números inconclusivos.
No âmbito municipal, foram notificados acidentes em 4.407 municípios brasileiros. Observa-se que os três municípios que mais notificaram acidentes escorpiônicos em 2022 estão localizados no litoral do Nordeste, com 4.820 em Maceió, 2.909 em Fortaleza e 2.235 em João Pessoa.
Outras cidades litorâneas das regiões, além de cidades do norte de Minas Gerais, do noroeste de São Paulo e Brasília também notificaram uma grande quantidade de acidentes, conforme destacado pelo estudo.
Perfil dos casos
Conforme aponta a pesquisa, os acidentes afetam de maneira similar tanto pessoas do sexo feminino quanto pessoas do sexo masculino. A faixa etária que mais registrou ocorrências foi a de 20 a 29 anos, com 28.010 casos, correspondendo a 15,2%.
A distribuição dos acidentes escorpiônicos segundo a região anatômica do acidente mostra que a maioria dos casos se concentrou nas mãos e nos pés, o que indica que os acidentes ocorrem principalmente durante atividades domésticas, como limpeza, arrumação e ao se vestir ou calçar.
Ao analisar a distribuição mensal dos acidentes escorpiônicos notificados no Sinan em 2022, o Ministério observa que permaneceram relativamente constantes entre os meses de janeiro e julho, com um aumento nas notificações a partir de setembro, atingindo o pico em outubro.