Em recente atualização de Boletim Epidemiológico, o Ministério da Saúde apresenta levantamento epidemiológico dos óbitos de pessoas não identificadas no Brasil de 2015 a 2021. O estudo aponta o perfil dessas pessoas, bem como local de acontecimento e causas da morte.
Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre os anos de pesquisa, no Brasil, foram notificadas 9.936.310 mortes, sendo 22.224 não identificadas. Houve um declínio da quantidade de pessoas não identificadas, visto que em 2015 foram registradas 3.831, e em 2021 o total foi de 2.768.
Localidades e perfis
Os estados de Rio de Janeiro (26,1%) e São Paulo (26,1%), juntos, possuem aproximadamente 50% das mortes não identificadas no País; já o Amapá não possui nenhum registro, e no Rio Grande do Sul e em Alagoas foram registrados percentuais de 0,01%.
As vias públicas são os locais que possuem a maior quantidade de ocorrências de óbitos, com 33,2% de registros, seguido pela opção “outros” (31,5%) e hospitais (23,2%). Outro índice a ser observado são as mortes não identificadas em aldeias indígenas, com 2,8% do total.
Os registros de óbitos de pessoas do sexo masculino são de 80,7%, sendo esses da raça ou cor parda (48,7%). Conforme a análise, as características foram observadas simultaneamente em 42,8% dos registros. A quantidade de registros sem informação sobre o sexo foi de 2.145, ou com menção do sexo feminino foi praticamente a mesma – 2.141.
Em relação à raça ou cor, os registros sem informação corresponderam à segunda maior frequência, cerca de 10 pontos percentuais maior do que a da categoria de raça ou cor branca (15,2%).
Causas dos óbitos
Os motivos das mortes nem sempre são conclusivos, mas 56,3% dos falecimentos notificados são derivados de causas externas de morbidade e mortalidade; sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos (21%); doenças do aparelho circulatório (8,2%); e doenças do aparelho respiratório (5,4%).
Entre percentual de 56,3% relacionado às causas de óbitos externas, são citadas as principais categorias: agressão por meio de disparo de outra arma de fogo ou de arma não especificada (23%), fatos ou eventos não especificados e intenção não determinada (11,4%), agressão por meio de objeto cortante ou penetrante (9,1%), agressão por meios não especificados (6,5%), pedestre traumatizado em outros acidentes de transporte e em acidentes de transporte não especificados (6,3%) e agressão por meio de objeto contundente (4,7%).