SEMIOLOGIA
A sala dedicada ao tema abriu os trabalhos do dia com o presidente da primeira mesa, Eduardo Mutarelli, falando sobre anamnese em Neurologia. O especialista, mais tarde, abordou também a avaliação da fonação e da disartria. Seguiu-se a ele Péricles de Andrade Maranhão Filho, que ministrou, primeiro, sobre inspeção e durante a tarde sobre os nervos craniais III, IV e VI e os sinais e síndromes da Semiologia.
Tarso Adoni falou sobre os achados semiológicos em Neuroimunologia, apresentando casos reais a partir de relatos de pacientes. Ao apresentar os exemplos, o especialista interagia com o público para construírem juntos o possível diagnóstico dos casos. O intuito foi conversar sobre os usos da Semiologia para fazer diagnósticos em imagens neurológicas normais.
O espaço também contou com a intervenção de Eli Faria Evaristo, para falar de semiologia neurovascular, e Orlando Barsottini, que versou sobre a avaliação da ataxia e de diagnósticos diferenciais. Houve, por fim, espaço para debates e discussões sobre os temas apresentados entre palestrantes e congressistas.
GENÉTICA
Marcondes França Junior, que falou sobre as novas perspectivas em doenças neuromusculares, foi o presidente das mesas sobre o assunto, enquanto Carlos Roberto Martins Jr. as secretariou. Orlando Barsottini também participou desta discussão, tratando agora sobre os erros inatos do metabolismo e a apresentação no adulto.
O especialista apresentou diversos cases de alterações genéticas e suas posteriores complicações, como a Doença de Fabry, a Doença de Krabbe, a sialidosis e as gangliosidoses. Quem participou da palestra recebeu dicas clínicas valiosas, sempre com o intuito de fazer com que os presentes passassem a considerar novos tipos de perspectivas a partir dos sintomas e do quadro relatado pelos pacientes.
Ingrid Faber de Vasconcelos apresentou dados e particularidades de diversos tipos de paraplegias estáticas hereditárias e falou sobre como reconhecer e tratar esses problemas. Ainda a respeito do tema, Iscia Lopes Cendes apresentou conceitos básicos de genética para os neurologistas. Fernando Kok falou sobre os painéis e a exoma no diagnóstico em neurogenética. Já Wilson Marques Junior versou sobre os avanços na genética das neuropatias.
Antes da abertura para discussão, José Luiz Pedroso, falando sobre o diagnóstico das ataxias genéticas, e Charles Marques Lourenço, sobre a atualização em leucodistrofias, encerraram a programação científica.
NEUROINTENSIVISMO
As mesas deste assunto abordaram dois grandes troncos. Primeiro, o desafio dos níveis pressóricos em terapia intensiva neurológica e, depois, as complicações sistêmicas em terapia intensiva neurológica. A primeira parte foi presidida por Gisele Sampaio, enquanto a segunda foi comandada por Rodrigo Bezerra. Abriu a discussão Airton Leonardo Manoel, falando sobre os níveis pressóricos em hemorragia subaracnoide.
Os temas seguintes foram acidente vascular cerebral isquêmico, por Octávio Marques Pontes Neto, hematoma intraparenquimatoso, por Raul Valiente, e a farmacologia e disponibilidade dos fármacos anti-hipertensivos em terapia intensiva neurológica, pela farmacêutica Andrea Pereira.
Flávio Geraldo Rezende fez uma explanação sobre a sepse no paciente neurocrítico, apresentando implicações diagnósticas e terapêuticas. O especialista apresentou o uso do conceito de Quick Sepsis-Related Organ Failure Assessment (qSOFA). Luis Otávio Caboclo, versando sobre especro ictal e interictal, seguiu com a programação.
Na sequência, Mariana Dalaqua falou sobre a encefalopatia posterior reversível – que, como explicou, nem sempre é posterior nem reversível. Por isso, a importância de entender as variações de sua apresentação clássica, que não restringe, não realça e geralmente não sangra. “Há certas encefalopatias que comprometem o tronco encefálico ou cerebelo, por exemplo”, explicou a especialista. Ela também faltou sobre mielinólise osmótica, explicando que a associação mais recorrente (à variação rápida do sódio) nem sempre é a correta. Portanto, exige também cuidado.
A enfermeira Andreia Vaccari encerrou a mesa apresentando alguns dos desafios dos profissionais de Enfermagem nesses casos.
DOR
No primeiro dia do Congresso, a seção dedicada ao tema da Dor teve nove palestras no total, com mesas presididas por José Speciali, que também falou sobre toxina botulínica A na dor neuropática. Jaime Olavo Marquez abordou dois assuntos: aspectos antropológicos da dor crônica e dor na zika, dengue e chicungunha.
Daniel Ciampi de Andrade, que secretariou a primeira mesa, ministrou aula a respeito do conceito de dor neuropática e dor disfuncional. Já Fabíola Éckeli, que secretariou o segundo debate, abordou o tratamento da dor miofacial.
Rogerio Adas Ayres palestrou a respeito dos circuitos neuronais encefálicos envolvidos na modulação das dores crônicas. O tema dores nas neuropatias periféricas foi o tema da aula de Wilson Marques Junior e as causas e orientação diagnóstica das lombalgias, de Roberto Satler Cetlin.
Em sua exposição sobre dor da cicatriz, Karen dos Santos Ferreira falou sobre possíveis causas, como diagnosticar e tratar, os dois mecanismos para a formação de cicatrizes – procedimentos cirúrgicos e eventos traumáticos, além dos fatores de cronificação em pós-operatório – e apresentou alguns estudos sobre o assunto.
Apesar de não haver consenso sobre o tratamento, pesquisas indicam o uso de algumas drogas e de procedimentos como neurotomia, neuromodulação, ablação por radiofrequência, neurólise por álcool, fenol ou glicerol e infiltração local de anestésicos e/ou corticoides como procedimentos para o tratamento da dor da cicatriz.
NEUROMODULAÇÃO
Marcel Simis, integrante da Comissão Organizadora do Congresso, secretariou a primeira mesa e presidiu a segunda, além de ministrar palestra sobre o passado, o presente e as perspectivas futuras da neuromodulação não invasiva. Tiago Freitas foi o presidente da primeira mesa.
Enquanto Osvaldo Vilela Filho tratou das indicações estabelecidas e novas fronteiras da Neurocirurgia psiquiátrica, Manoel Jacobsen Teixeira deu duas aulas, a respeito das indicações e resultados da neuromodulação invasiva para o tratamento da dor e da neuromodulação não invasiva para o tratamento da dor.
Ela Plow, do departamento de Engenharia Biomédica da Cleveland Clinic, fez uma participação especial no evento, via Skype, abordando a neuromodulação não invasiva para tratamento do AVC – por exemplo com a estimulação magnética transcraniana e a estimulação transcraniana de corrente contínua, que exploram maneiras de aproveitar a plasticidade dentro de substratos implicados para promover a recuperação em AVC, como relata em sua declaração de pesquisa, e ainda disse já ter vindo várias vezes ao Brasil e colecionado grandes experiências.
Erich Talamoni Fonoff, por sua vez, tratou das indicações e dos resultados na cirurgia para doença de Parkinson.
NEURO-ONCOLOGIA
O sexto e último assunto do dia teve as duas mesas presididas por Suzana Malheiros e secretariadas por Adrialdo José Santos, que também ministrou palestra sobre o uso de corticoesteroides e anticoagulação no tratamento sintomático dos tumores do sistema nervoso.
Helder Tedeschi falou a respeito dos mitos e verdades da neurocirurgia nos tumores em áreas eloquentes; Luis Otavio Caboclo sobre a epilepsia e o tratamento sintomático dos tumores do sistema nervoso; e Luciano Neder Serafini tratou dos aspectos práticos da nova classificação da Organização Mundial da Saúde dos tumores do sistema nervoso.
O debate sobre a radiogenômica ser uma realidade no diagnóstico por imagem dos tumores do sistema nervoso ficou a cargo de Antonio Carlos Maia. Guilherme Fleury Perini palestrou sobre o que os neurologistas devem saber a respeito do diagnóstico e tratamento dos linfomas do sistema nervoso.
A atualização em diagnóstico e tratamento de síndromes neuro-cutâneas foi abordada sob dois aspectos, da neurofribomatose, por Fernanda Teresa de Lima, e da esclerose múltipla, por Nasja Saba da Silva.