Comportamentos estranhos no sono são discutidos no Sleep Talks

Live foi conduzida pelos especialistas George Pinheiro e Lucio Huebra no Instagram do Congresso Paulista de Medicina do Sono 2025

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Mais uma edição do Sleep Talks, promovido pelo Congresso Paulista de Medicina do Sono 2025, foi realizada no último dia 15 de maio. Com o tema “Comportamentos estranhos durante o sono”, o médico e membro da Comissão Organizadora do congresso, George Pinheiro, recebeu o neurologista e palestrante do evento, Lucio Huebra, para discutir e esclarecer dúvidas sobre o assunto.

Antes de iniciar a conversa, Pinheiro agradeceu a participação do colega e de todos os presentes na live. De acordo com ele, é essencial compreender que esses comportamentos anormais variam de acordo com o estágio do sono. “Sabemos que o sono ocorre em fases, em ciclos que se alternam. Estamos falando de comportamentos estranhos, mas o termo técnico correto é parassonias — que são os distúrbios comportamentais relacionados ao sono”, explicou o médico.

Na ocasião, ele perguntou para o convidado os principais distúrbios do sono observados em consultório ou relatados por profissionais de outras especialidades. “Este é um tema que chama muita atenção e realmente há muitos mitos e verdades a respeito. É importante aproveitarmos a oportunidade para esclarecer o que de fato acontece”, comentou Huebra.

Segundo o especialista, parassonias são comportamentos alterados que ocorrem durante o sono. “Precisamos refletir sobre qual é o comportamento normal do sono. Parece óbvio, mas as pessoas raramente pensam nisso. Durante o sono, ficamos quietos, com os olhos fechados, deitados, com a musculatura mais flácida dependendo do estágio do sono, com pouco movimento e sem verbalizar. Tudo o que foge desse padrão é considerado anormal e precisa ser classificado. Além de entender o que é um comportamento normal, é importante saber o que é normal dentro do sono de cada pessoa”, destacou.

Sonambulismo

O sonambulismo ocorre quando a pessoa desperta parcialmente durante o sono de ondas lentas – o sono profundo. É um momento em que o cérebro deveria estar profundamente adormecido, mas ocorre um despertar parcial, com certas áreas cerebrais ainda bastante inibidas, o que compromete o julgamento e até o equilíbrio da pessoa.

George Pinheiro comentou que o sonambulismo é mais comum em crianças e merece atenção especial quando passa a ocorrer com frequência. Lucio Huebra, por sua vez, explicou que o cérebro das crianças ainda está em fase de maturação, o que aumenta as chances de despertares parciais e, consequentemente, de episódios de sonambulismo. “Ele se torna preocupante quando é muito frequente, com a criança acordando várias vezes durante a noite. Nessas situações, há risco de acidentes, como abrir portas, janelas ou manusear objetos. Por isso, muitas vezes optamos por um tratamento sintomático”, detalhou.

Outros temas também foram abordados durante a live, como sonhos, pesadelos, alucinações, paralisia do sono, entre outros. Esses assuntos serão aprofundados no XXII Congresso Paulista de Medicina do Sono, que acontecerá nos dias 13 e 14 de junho, no Villa Blue Tree, em São Paulo.

O Sleep Talks faz parte da programação de aquecimento para o evento, que contará com uma ampla grade voltada à atualização científica de profissionais da área da Saúde. As inscrições podem ser realizadas neste link.

Fotos: Reprodução Sleep Talks