Uso de IA e Big Data na Saúde é tema de conferência no 2° dia do Global Summit

Na manhã desta quarta-feira, 5 de outubro, uma das conferências internacionais do 4º Global Summit Telemedicine & Digital Health teve a presença de Darshak Sanghavi, Chief Medical Officer da Babylon Health, responsável pela conferência “Using Artificial Intelligence and Big Data to Solve Health Challenges at Scale”. A moderação ficou a cargo do presidente do GS, Jefferson Fernandes

Notícias em destaque

Na manhã desta quarta-feira, 5 de outubro, uma das conferências internacionais do 4º Global Summit Telemedicine & Digital Health teve a presença de Darshak Sanghavi, Chief Medical Officer da Babylon Health, responsável pela conferência “Using Artificial Intelligence and Big Data to Solve Health Challenges at Scale”. A moderação ficou a cargo do presidente do GS, Jefferson Fernandes.

Sanghavi iniciou sua fala apresentando a Babylon, uma organização de cuidado médico digital que começou no Reino Unido e hoje atua em cerca de 15 países. O objetivo da empresa é usar a Saúde Digital em larga escala, utilizando-se da Inteligência Artificial e da Big Data – área do conhecimento responsável por analisar e obter informações a partir de um grande conjunto de dados.

A partir de diversos exemplos, ele demonstrou como o uso da Inteligência Artificial e da Big Data funcionam para solucionar problemas de Saúde pelo mundo. “Nos Estados Unidos, não ficava claro se as pessoas estavam prescrevendo medicamentos para controle de dor de maneira apropriada. Então, como podemos usar a Inteligência Artificial para entender isso melhor?”.

A partir de uma análise detalhada, percebeu-se que as prescrições de medicamentos à base de opioides não estavam seguindo as diretrizes oficiais. Então, criou-se uma regra para que, quando as prescrições não estivessem de acordo com as diretrizes, fossem reescritas. Com isso, houve uma redução de 50% nas pessoas dependentes de opioides. “Usando a Inteligência Artificial, isso é um bom exemplo de como pode ser feito em grande escala”, afirma o palestrante.

Em Ruanda, país que tem um problema de acesso digital, de acordo com Sanghavi, a Babylon fez uma parceria com o governo para facilitar o acesso à informação médica. Por meio de uma parceria com 500 centros de Saúde e 128 farmácias, quando um paciente precisava de informação em uma farmácia, uma mensagem era enviada a um centro próximo, verificavam-se os sintomas e o paciente podia ser atendido. Desde que o programa começou, foram atendidas mais de três milhões de pessoas, o que “é um alcance muito rápido e mais uma amostra de como ferramentas digitais podem ser usadas para levar informações com uso de Inteligência Artificial” – destaca o CMO.

Outro exemplo apresentado por ele foi na questão da perda auditiva. Utilizando-se da Inteligência Artificial nos dados de milhões de pacientes, descobriu-se que o uso de aparelhos auditivos – e sua distribuição acessível para a população – poderia ajudar a prevenir problemas associados à idade avançada, como a Doença de Alzheimer, e reduzir custos para esses pacientes no futuro.

Por fim, Jefferson Fernandes questionou quais os principais desafios em atuar em diversos países diferentes. Para Sanghavi, a questão da regulamentação e as diferenças clínicas são importantes, ou seja, a atuação e o modelo mudam de acordo com cada país. Entretanto, apesar das dificuldades, o objetivo principal é melhorar o acesso e o cuidado com a Saúde. “Nós temos a Inteligência Artificial e os dados, mas a coisa mais importante é reduzir a distância entre a pessoa que precisa de cuidado e a que fornece cuidado”, finaliza.

Fotos: BBustos Fotografia