Brasil investiga duas suspeitas de varíola dos macacos

O Ministério da Saúde afirmou ontem que dois casos suspeitos de varíola dos macacos são investigados no Brasil – um deles em Santa Catarina e o outro no Ceará. Até o momento, não há casos confirmados no País. “O Ministério da Saúde está em contato com Estados para apoiar no monitoramento e ações de vigilância em saúde”, disse em nota.

O que diz a mídia

O Ministério da Saúde afirmou ontem que dois casos suspeitos de varíola dos macacos são investigados no Brasil – um deles em Santa Catarina e o outro no Ceará. Até o momento, não há casos confirmados no País. “O Ministério da Saúde está em contato com Estados para apoiar no monitoramento e ações de vigilância em saúde”, disse em nota.

A Secretaria da Saúde do Ceará (SESA) disse que recebeu a notificação de um caso suspeito de varíola dos macacos de um residente de Fortaleza.

“Foram aplicadas todas as medidas recomendadas, como isolamento domiciliar, busca de contatos e coleta de material para exames, em processamento.” Após investigação epidemiológica, a pasta acrescenta que não foi identificado nenhum deslocamento para áreas em que foram confirmados casos nem contato com pessoas com a doença. A principal suspeita é de varicela.

Já a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), afirma que foi notificado um caso suspeito de varíola dos macacos na sextafeira. “Trata-se de uma mulher de 27 anos, residente em Dionísio Cerqueira, com registro de internação hospitalar. A paciente iniciou os sintomas em 24 de maio, com o aparecimento de erupções cutâneas agudas do tipo papulovesicular em diferentes regiões do corpo, que foram acompanhadas de disfagia, mialgia, astenia, febre e linfonodomegalia”, disse, em nota. A paciente aguarda resultados de exames laboratoriais para outras doenças e continua em monitoramento pela vigilância.

Até agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que ao menos 20 países que antes não tiveram registros de varíola dos macacos relataram mais de 250 casos. Rosamund Lewis, principal especialista em varíola dos macacos da OMS, disse que não espera que as centenas de casos relatados até o momento se transformem em outra pandemia, mas reconheceu que ainda há muitas incógnitas sobre a doença, incluindo como exatamente ela está se espalhando e se a suspensão da imunização em massa contra a varíola décadas atrás pode de alguma forma estar acelerando a transmissão.

Em uma sessão pública nesta segunda-feira, Rosamund Lewis disse que é fundamental enfatizar que grande parte dos casos vistos em dezenas de países em todo o mundo é entre gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens.
É preciso que os cientistas estudem mais a questão e se tomem precauções.

TRANSMISSÃO

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.

SINTOMAS

Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, finalmente, crostas também aparecem.
Os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Fonte: O Estado de S.Paulo