Difícil arte de dormir

Nos dias de hoje é raro encontrar um grupo de pessoas que durma bem. Mesmo que a Associação Brasileira do Sono (ABS) preconize que um ser humano adulto precisa dormir entre sete e nove horas por noite, o brasileiro continua fugindo à regra: dorme, em média, 6,4 horas por noite

O que diz a mídia

Nos dias de hoje é raro encontrar um grupo de pessoas que durma bem. Mesmo que a Associação Brasileira do Sono (ABS) preconize que um ser humano adulto precisa dormir entre sete e nove horas por noite, o brasileiro continua fugindo à regra: dorme, em média, 6,4 horas por noite.

Além dessa distância entre o que as pessoas dormem e o que deveriam dormir, a qualidade do sono também é discutível. Mais de 65% dos brasileiros apresentam um sono ruim. Segundo um estudo feito por pesquisadores da Unifesp e da USP, as pessoas com o pior padrão de sono são os jovens, mulheres e casais que dormem em camas ou quartos separados e que usam mídias interativas.

Foram entrevistadas 2.635 pessoas, com idade média de 35 anos, sendo 70% mulheres.O déficit de quem dorme mal é amplo. Nos casos eventuais, os danos incluem fadiga, sonolência, menos desempenho cognitivo, mau humor e menor capacidade de decisão. Especialistas acrescentam que, nos casos mais frequentes, pessoas que dormem pouco vivem menos e têm mais chances de desenvolver demências.
Outros distúrbios do sono também são bastante relatados por pacientes nas clínicas de sono, como insônia e apneia obstrutiva do sono.

Enquanto a insônia é definida como a dificuldade para iniciar e manter o sono ou acordar de maneira precoce pela manhã, a apneia é caracterizada por episódios recorrentes de congestão das vias aéreas, que levam à interrupção total ou parcial do fluxo de ar. A doença grave pode aumentar o risco para doenças cardiovasculares e metabólicas, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Mais que benefícios à saúde física, prolongar a duração do sono a cada noite pode contribuir para um maior número de emoções positivas ao longo do dia. Uma pesquisa feita com 72 jovens, entre 18 e 24 anos, comprovou uma melhora no estado emocional do grupo, que dormia em média sete horas por noite.

O sono foi ampliado em uma hora e meia em dois dias de um período de duas semanas e os participantes relataram menos sonolência durante o dia e queda na pressão arterial. Os estudos citados acima demonstram a interferência das mídias no atraso ou na má qualidade do sono. A luz emitida por celulares, tablets e notebooks, enfim, pelas telas, pode inibir a produção de melatonina, considerada o hormônio da escuridão. Outra questão relevante é que grande parte das pessoas que relataram quadros de insônia são mulheres e não necessariamente idosas, ou seja, cada vez mais jovens estão se tornando insones.

No Dia Mundial do Sono, nesta sexta-feira (17), o Instituto do Sono preparou uma série de atividades em suas redes sociais para lembrar a data, como produções de vídeos com recomendações de especialistas para a melhora da qualidade do sono e descontos em cursos.Mais importante que se informar, é importante ter em mente que o sono continua sendo um dos pilares da saúde, ao lado de uma alimentação saudável e da prática de atividades físicas.
Mente sã, corpo são.

Fonte: Correio Braziliense