Fiocruz: Brasil não atinge meta de vacinação contra difteria, tétano e coqueluche desde 2013

Os dados são do levantamento VAX*SIM, um estudo do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância/Fiocruz) que monitora a cobertura vacinal em crianças menores de 5 anos no Brasil

O que diz a mídia

A cobertura de uma das vacinas mais antigas do calendário básico infantil no Brasil está em queda constante há nove anos. Desde 2013, o Brasil não atinge a meta de 95% das crianças menores de um ano vacinadas com a tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Os dados são do levantamento VAX*SIM, um estudo do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância/Fiocruz) que monitora a cobertura vacinal em crianças menores de 5 anos no Brasil.

Junto com as vacinas contra sarampo, poliomielite e formas graves de tuberculose (BCG), a tríplice bacteriana inaugurou o calendário básico de imunização infantil no Brasil, em 1977, e fez parte da rotina de cuidados de várias gerações de bebês no país. Em 2021, apenas 75% das crianças menores de um ano receberam o imunizante, a segunda menor taxa desde 1996. O recorde negativo foi registrado em 2019, quando 73% da população-alvo foi vacinada com a DTP.

A análise coordenada pelo Observa Infância/Fiocruz utilizou como base os dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

“A queda na cobertura da DTP acende um alerta para o retorno de casos graves das doenças contra as quais a vacina protege, que podem levar a óbitos. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) apontam que, entre 2012 e 2021, 28 crianças entre seis meses e três anos morreram de coqueluche no Brasil. Já o tétano, matou outras três, enquanto a difteria fez cinco vítimas nessa faixa etária no período analisado”, aponta a pesquisadora Patricia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, em comunicado.

A baixa adesão à vacinação com a DTP também aponta para outro problema. Patricia explica que a aplicação da vacina é um indicador do acesso do bebê aos serviços de saúde, uma vez que elas devem ser administradas nos dois primeiros meses de vida da criança, quando as visitas ao pediatra são mais frequentes e o acompanhamento por profissionais de saúde da atenção básica é mais intenso.

Fonte: O Globo Online