Fiocruz faz recomendações para reduzir riscos na folia

Especialistas do Boletim InfoGripe, projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que monitora síndromes respiratórias pelo país, analisaram o cenário atual da Covid-19 no Brasil e fizeram recomendações para que os foliões aproveitem o carnaval, que volta às ruas depois de dois anos, com segurança

O que diz a mídia

Especialistas do Boletim InfoGripe, projeto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que monitora síndromes respiratórias pelo país, analisaram o cenário atual da Covid-19 no Brasil e fizeram recomendações para que os foliões aproveitem o carnaval, que volta às ruas depois de dois anos, com segurança.

De acordo com a última edição do monitoramento realizado pelos pesquisadores, baseado em dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 13 de fevereiro, a situação de 2023 é de fato muito distinta da observada nos dois anos anteriores. A maioria do país está em queda ou estabilidade para os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Ainda assim, o coordenador do projeto, pesquisador Marcelo Gomes, lembra que grandes eventos com aglomeração, como os blocos e os desfiles das escolas de samba, aumentam o risco da circulação de vírus. A mensagem não é para deixar de curtir o feriado, mas para ter em mente as situações ue oferecem maior chance e contaminação e medidas que podem reduzi-las.

“A principal recomendação nesse carnaval é em relação a quem está com sintomas respiratórios próximo às festas, aos blocos e aos desfiles. Se a pessoaestá carregando o vírus da Covid-19 ou in- fluenza (gripe), que também continua em baixa, fica o alerta de evitar passar em grandes eventos porque pode facilitar o processo de aumento de casos na sua localidade”, orienta Gomes.

A medida é importante pois, se as pessoas com sintomas permanecerem em casa, diminui a probabilidade de haver foliões infectados nos eventos e, portanto, de o vírus circular. Outro ponto abordado pelo pesquisador como essencial é a vacinação, que não deixou de ser uma das armas mais importantes no combate à Covid-19.

Ele lembra que as pessoas devem estar em dia com as doses orientadas pelo Ministério da Saúde para estarem protegidas contra o agravamento da doença caso sejam contaminadas. Isto é, três doses para todos a partir de 6 meses de idade e uatro para aqueles acima e40anos. Imunossuprimi- dos devem receber ainda uma dose adicional.

“É extremamente importante que ela (a vacinação) tenha uma altaadesão. Caso, de fato, haja um novo ciclo de aumento de casos nos próximos meses, o que está dentro do esperado, é fundamental ficar em dia com a quantidade de doses recomendadas para o seu caso em particular”, recomenda Gomes.
Ontem, também foi divulgada a última edição do Boletim InfoGripe. O documento destaca que, embora ainda não impacte a tendência nacional, que segue em queda ou estabilidade, é possível observar um aumento de síndromes respiratórias por Covid-19 egripe especificamente no Amazonas nas últimas semanas mais recentes. Ainda não há como saber se isso indica um crescimento que preceda uma nova onda.

“Na semana passada, já tínhamos dado destaque ao ligeiro aumento dos casos positivos associados ao Influenza A no Amazonas, e, nessa atualização, o sinal já é mais claro. Por causar impacto na tendência de aumento de novos casos semanais nas semanas recentes entre o público adulto”, diz Gomes.

PÚBLICO JOVEM
Nacionalmente, os casos de SRAG estão em queda entre adultos, porém tiveram um leve aumento entre crianças e adolescentes. Nas últimas quatro semanas, a prevalência dos casos de SRAG associados à Covid-19 foi de 57%. No relatório anterior, essa taxa estava em 61,7%.

Fonte: O Globo