Fiocruz registrou aumento significativo de testes positivos em janeiro

A chegada da variante Ômicron ao Brasil, em dezembro do ano passado, causou um aumento vertiginoso de casos de Covid-19 no país.

O que diz a mídia

Até o dia 24 de janeiro de 2022, o percentual de diagnósticos positivos entre os testes RT-PCR de Sars-CoV-2 analisados pelos laboratórios da Fiocruz foi de 37%. Em todo o mês de dezembro, esse mesmo indicador foi de 3%. As informações foram divulgadas pela instituição nesta terça-feira.

O aumento percentual de positivos é perceptível nas análises de todas as centrais da Fiocruz. A Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 baseada no Rio de Janeiro (Unadig-RJ), que atualmente processa amostras do próprio estado, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, teve um salto de 2% em dezembro, quando foram processados 52.795 testes, para 37% até 24 de janeiro de 2022, com 88.495 amostras analisadas.

Esse crescimento também foi visto na central baseada no Ceará, que processa amostras do próprio estado, de Santa Catarina e São Paulo; e na central do Paraná, que tem processado apenas amostras do próprio estado.

Além da positividade, também houve forte aumento no número de testes realizados. Na semana de 16 a 22 de janeiro, foram analisadas 121.275 amostras pelas centrais da Fiocruz, o que representa um aumento de 195% em comparação com a média das oito semanas anteriores.

Ao todo, as centrais já processaram mais de 9,5 milhões de exames RT-PCR em apoio ao Ministério da Saúde, o que corresponde a cerca de 35% de todos os exames RT-PCR realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Vinte e três unidades federativas foram atendidas, no total.

Para a coordenadora-geral da Unadig, Erika de Carvalho, essa “explosão de casos” é resultado das confraternizações de fim de ano e do relaxamento das medidas de isolamento social após o avanço da vacinação.

— Isso fez com que a Ômicron expandisse e contaminasse uma quantidade tão grande de pessoas. Sabemos que ela é uma cepa cujo contágio é mais fácil e isso explica bem os números — completa Carvalho.

Ainda segundo a coordenadora-geral, antes dessa explosão, o cenário epidemiológico era bem diferente:

— Vínhamos de um momento em que observamos queda nos casos: 15 dias antes do Ano Novo, estávamos com menos de 10% de percentual positivo na Unadig-RJ.

A pesquisadora reforça que esse rápido aumento de casos pode ser sazonal, como uma “onda”. Mas pede cautela.

— Temos que observar — conclui.

Vale ressaltar que os dados apresentados não incluem a análise de testes rápidos, já que essas amostras não chegam a ir para as unidades de apoio ao diagnóstico. O RT-PCR e é considerado padrão ouro para detecção da Covid-19 e o ideal para diagnosticar pessoas assintomáticas. Segundo Carvalho, casos de falso negativo são comuns em testes rápidos de antígeno. Já o RT-PCR, detecta com precisão se há presença do vírus nos casos de paciente com carga viral baixa.

Fonte: O Globo