O fim do chip da beleza

Apesar do apelido, o tal “chip da beleza”, propagado como receita mágica para perder peso e ganhar músculo não tem nada a ver com aquele dispositivo microeletrônico codificado

O que diz a mídia

Apesar do apelido, o tal “chip da beleza”, propagado como receita mágica para perder peso e ganhar músculo não tem nada a ver com aquele dispositivo microeletrônico codificado. Trata-se de um implante subdérmico bioabsorvível (pallet) que pode conter um ou mais hormônios e mede, em média, de três a cinco centímetros.

A terapia hormonal realizada por meio desses implantes é um dos métodos mais eficazes para tratamento de distúrbios ginecológicos como endometriose, adenomiose, TPM intensa e menopausa, entre outras patologias, e deve ser prescrito levando em consideração o histórico e a condição clínica de cada paciente. Tem sido no entanto, usada indiscriminadamente para fins estéticos, causando diversos problemas em curto e longo prazos para a saúde aos pacientes, como acne, pelos em excesso nas mulheres e crescimento das mamas em homens, problemas cardíacos e muitos outros.

“Prescrevemos implantes com o objetivo de tratar doenças, por exemplo, para a paciente na menopausa que nos procura porque está com aqueles calorões que a gente chama de fogachos, ressecamento vaginal, diminuição da libido, diminuição da energia, dificuldade de dormir. Com a terapia hormonal, essa paciente, além de ganhar qualidade de vida, também melhora muito a sua longevidade”, afirma o ginecologista Vinícius Carruego, da Clínica Elsimar Coutinho.

Apesar de não ser autorizada pela Anvisa, e estar contraindicada por diversas entidades médicas, entre elas a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), CFM, Endocrine Society (Sociedade de Endocrinologia Americana), North American Menopause Society (Sociedade Americana de Menopausa – NAMS) e Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), muitos médicos continuam prescrevendo esses implantes, cobrando de R$ 3 mil a R$ 8 mil, dependendo da quantidade e do tipo do hormônio utilizado.

“A reposição hormonal deve ser vista como uma forma complementar de cuidado à saúde, sendo sempre monitorada periodicamente pelo médico e ajustada anualmente de acordo com as necessidades individuais de cada paciente”, adverte Carruego.

O médico explica também que, se prescrito com a finalidade para qual foi criado, o tratamento ajuda na diminuição de sintomas psiquiátricos, tais como depressão e incidência de demência. Ou seja, o implante é bom e deve ser usado por quem precisa, com prescrição e orientação médica; caso contrário, ao invés de ser o chip da beleza, pode se tornar o chip da feiúra.

Fontes: Revista IstoÉ/Mirela Luiz.