Ômicron pode reinfectar em 20 dias, diz estudo

Um estudo feito na Dinamarca indicou que a a Ômicron e suas subvariantes possibilitam a reinfecção pelo coronavírus em menos de um mês.

O que diz a mídia

Um estudo feito na Dinamarca indicou que a a Ômicron e suas subvariantes possibilitam a reinfecção pelo coronavírus em menos de um mês.

Pesquisadores do Instituto Statcns Serum, em Copenhague, concluíram que uma nova infecção pela variante BA.2 pode ocorrer entre 20 a 60 dias após o contágio pela cepa BA.1.

Atualmente, o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (OCDC, na sigla em inglês) define reinfecção como um diagnóstico positivo para Covid-19 pelo menos 60 dias após um resultado positivo anterior. Diante desses resultados, os pesquisadores dinamarqueses pedem a alteração dessa definição.

Muitos países, como o Brasil, enfrentam uma nova alta de casos de Covid-19 causada pelo avanço das subvariantes da Ômicron. Ao contrários dos dois primeiros anos da pandemia, hoje é mais comum conhecer alguém infectado pela segunda e até mesmo pela terceira vez.

Durante o período de circulação das primeiras cepas, como a original de Wuhan ou a Delta, especialistas acreditavam que a vacinação ou a infecção prévia pelo SarsCov-2 seria capaz de conferir cerca de um ano de proteção contra novas infecções. Com o passar do tempo, esse período caiu para seis meses e depois, para três meses.

O estudo dinamarquês chegou ao novo período de reinfecção após analisar 1.848.466 milhões de infectados entre 22 de novembro de 2021 e 11 de fevereiro de 2022, período de alta circulação das variantes BA.1 e BA.2 da Ômicron na Europa.

Nesse período, 1.739 casos preencheram os critérios de duas amostras positivas com um intervalo de 20 a 59 dias entre elas. Destas, 263 amostras foram selecionadas aleatoriamente e 256 foram analisadas geneticamente. Os resultados mostraram que 187 delas (71%) eram casos de reinfecção e, destas, 47 (18%) reinfecção entre as duas cepas da Ômicron.

— Realmente isso está acontecendo, cada vez mais. Essas sublinhagens da ômicron são uma mais infectante que a outra, e ainda mais que variantes anteriores — diz o médico geneticista Salmo Raskin. diretor do Laboratório Genetika, em Curitiba.

As reinfecções nesse curto espaço de tempo foram observadas principalmente entre jovens com menos de 30 anos, não vacinados. Para Raskin, embora isso não seja surpreendente, chama a atenção que a maioria dos casos de reinfecção tenha ocorrido em pessoas não vacinadas. Em especial em um país com alta taxa de vacinação como a Dinamarca.

— Isso mostra que com a Ômicron não é possível contar apenas com a imunidade gerada por uma infecção prévia.

Mesmo quem já foi infectado, precisa se vacinar porque pegar uma variante não é mais suficiente para proteger contra outra— diz Raskin.

SINTOMAS LEVES

Diversos estudos já mostraram que a chamada imunidade híbrida, conferida pela vacina e uma infecção anterior, confere uma proteção superior para infecção e reinfecção do que apenas a vacina ou a infecção.

A maioria das reinfecções gerou apenas sintomas leves, em comparação com a infecção anterior, e não foram relatadas hospitalizações nem mortes. O que também já era esperado, devido ao curto espaço de tempo e o perfil dos infectados.

Como o estudo foi feito há alguns meses, as variantes em circulação já estão mudando. Segundo Raskin, no Brasil, a BA.2 já está sendo suplantada pela BA.4 e pela BA.5, que parecem ser ainda mais infectantes que a BA.1 e a BA.2.

Diante dos resultados, o médico alerta também para a necessidade de fazer o teste de Covid-19 se aparecerem novos sintomas de síndrome gripai mesmo que a pessoa recebido um diagnóstico positivo há pouco tempo.

Fonte: O Globo