Rede privada começa a oferecer teste para varíola dos macacos

Até então, apenas a rede pública realizava esses testes

O que diz a mídia

A disseminação da varíola dos macacos motivou laboratórios privados do país a oferecerem o exame para diagnóstico da doença. Até então, apenas a rede pública realizava esses testes, como ocorreu no início de 2020, quando apareceram os primeiros casos de infecção pelo coronavírus no país.

12/07/22

Fonte: O Globo

Em São Paulo, o Fleury Medicina e Saúde passou a oferecer o exame para detecção da doença. A infectologista Carolina Lázari explica que a rede começou o desenvolvimento de um teste específico para a varíola dos macacos logo que saíram as primeiras notícias sobre o surto na Europa.

Até o momento, a detecção é feita por meio do sequenciamento genético do vírus, mas a ideia é que nas próximas semanas já esteja disponível um teste RTPC R, semelhante ao que existe hoje para o diagnóstico de Covid-19. “Optamos por fazer o sequenciamento porque como é um vírus novo no país, isso permitiu colocar o teste mais rápido no mercado e nos dá um resultado mais detalhado nas primeiras amostras do que o PCR. Mas já estamos trabalhando no PCR, caso seja preciso aumentar a escala de processamento”, diz Lázari.

O material é coletado por um swab, com o no caso do teste de Covid-19. A diferença é que, em vez da amostra ser retirada do nariz ou da garganta, ela é obtida nos pontos onde há lesões cutâneas ou mucosas, com aspecto de vesículas, úlceras ou crostas. O prazo para o resultado é de 5 dias úteis.

O Lach Laboratório e Clínica, no Rio, já oferece exame para diagnóstico da doença. De acordo com Bárbara Pereira, biomédica e diretora do laboratório, o material pode ser coletado do sangue, da saliva ou da ferida. O resultado do exame fica pronto entre dois e dez dias, a depender do tipo de coleta.

Em cerca de duas semanas, o Richet Medicina & Diagnostico terá kits de testes PCR para diagnóstico da varíola dos macacos. A coleta também é realizada por amostra colhida diretamente das lesões e o resultado demora de dois a cinco dias.

Em todos os laboratórios, é necessário um pedido médico para a realização do exame. Os valores variam entre R$ 330 e R$ 5 0 0 e ainda não existem informações sobre se haverá cobertura pelos planos de saúde.

Como se trata de uma doença de notificação compulsória, após um diagnóstico positivo, os laboratórios precisam relatar o resultado à vigilância sanitária e enviar a amostra para confirmação por um laboratório de referência do governo. A contraprova é uma exigência do Ministério da Saúde e ocorreu também com a Covid-19. Em geral, após um determinado número de amostras processadas corretam ente, o laboratório é habilitado para realizar os testes sem a necessidade de confirmação.

A rede integrada de saúde Dasa, que concentra o maior número de laboratórios do país, também informou que disponibilizará em breve um teste PCR para detecção da varíola dos macacos. O diagnóstico está em fase de validação. Ainda não há informações sobre data ou valor.

EM CRESCIMENTO
A varíola dos macacos continua a se espalhar pelo mundo e pelo Brasil. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (O M S ), já foram registrados mais de 6 mil casos da doença em 59 países.

No Brasil, o total de pessoas infectadas com o vírus monkeypox chegou a 219, segundo informações da Agência Brasil. São 158 casos apenas no Estado de São Paulo; 34 no Rio de Janeiro; 14 em Minas Gerais; três no Paraná; três no Rio Grande do Sul; dois no Ceará; dois no Rio Grande do Norte; dois em Goiás e um no Distrito Federal.

O avanço da doença no país acontece após estados já registrarem casos de transmissão local da varíola dos macacos, ou seja, em pacientes que contraíram a doença no Brasil. Isso significa que os infectados não retornaram do exterior e nem tiveram contato com alguém que veio de outro país.

Fonte: O Globo