Vacina nasal contra Covid é aprovada na China

Cientistas acreditam que aplicação na porta de entrada do vírus aumenta eficácia da imunização; União Européia vai começar a oferecer novo teste capaz de detectar sintomas persistentes da doença com até 90% de precisão.

O que diz a mídia

Cientistas acreditam que aplicação na porta de entrada do vírus aumenta eficácia da imunização; União Européia vai começar a oferecer novo teste capaz de detectar sintomas persistentes da doença com até 90% de precisão.

A Administração Nacional de Produtos Médicos da China (NMPA), órgão similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, aprovou a primeira vacina nasal contra a Covid-19 do mundo. O imunizante Convidecia, desenvolvido pela farmacêutica CanSino Biologics, será utilizado como dose de reforço no país. A informação foi divulgada ontem pela empresa em comunicado.

Segundo a Biomm, laboratório responsável pela comercialização da vacina no Brasil, a versão injetável da Convidecia —aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e utilizada em países como Chile e México — está sob análise da Anvisa, e a solicitação de um aval para o modelo nasal no país também está nos planos da empresa para breve.

O novo imunizante, que não utiliza agulha, é mais fácil de armazenar e é administrado pelo nariz, através de um spray de aerossol. Cientistas de vários países do mundo, como Cuba, Canadá e Estados Unidos, estão trabalhando em novas vacinas que possam ser administradas de forma nasal.

Especialistas acreditam que, por ter como alvo a via de entrada do coronavírus no corpo, o modelo de aplicação pode oferecer melhor proteção contra a contaminação e ter uma maior eficácia para interromper a transmissão do vírus.

No Brasil, também existe um modelo em desenvolvimento pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo, que chegou a solicitar à Anvisa autorizaçào para o início dos estudos em humanos no último ano. Porém, com as novas variantes do vírus, os pesquisadores estão avaliando a resposta do imunizante em laboratório às cepas antes de avançar para as etapas com voluntários.

COVID LONGA

Em outra frente, a União Européia aprovou ontem o primeiro teste de sangue para o diagnóstico da síndrome da Covid longa, ou seja, a persistência dos sintomas após três meses da infecção aguda.
A empresa americana In- cellDx, responsável pelo desenvolvimento do exame, espera entregá-lo aos países do bloco ainda em setembro. A autorização foi dada após análises de estudos que indicaram precisão superior a 90% para identificar o quadro.

“Com tantas pessoas na Europa e em todo o mundo sofrendo de sintomas contínuos de Covid-19, sem um diagnóstico disponível para confirmar a Covid longa, estamos muito satisfeitos em receber a aprovação”, diz o CEO da IncellDx, Bruce Patterson, em comunicado.

O teste foi desenvolvido baseado em estudos que demonstraram marcadores inflamatórios no organismo de pacientes com sintomas por até 15 meses após a contaminação pelo Sars-CoV-2, em comparação com um grupo de pessoas saudáveis. Aqueles com os problemas pós-Covid apresentavam proteínas do coronavírus de forma perstente nos monócitos — células que fazem parte do sistema imunológico —CD14+ e CD16 +, por exemplo. A partir dessas informações, os pesquisadores da IncellDx desenvolveram um exame de sangue capaz de identificar esses marcadores.

Para Patterson, o teste é importante uma vez que a Covid longa pode ser facilmente confundida com outros problemas de saúde. Por isso, um diagnóstico mais preciso pode auxiliar no direcionamento para melhores tratamentos e no próprio entendimento do quadro, que ainda não é completamente desvendado pelos médicos.

“A Covid longa apresenta um desafio significativo de diagnóstico e tratamento para os pacientes. Muitos dos sintomas associados ao quadro, incluindo fadiga, confusão mental, falta de ar, insônia e uma ampla gama de problemas cardiovasculares, podem ser facilmente confundidos com outras condições (…) Ter uma ferramenta eficaz e objetiva para diagnosticar a condição é absolutamente essencial”, acrescenta o CEO.

Segundo um estudo recente publicado no periódico The Lancet, metade dos pacientes hospitalizados pela Covid-19 ainda apresentavam ao menos um sintoma da doença mesmo após dois anos da infecção. As queixas mais comuns foram fadiga e falta de ar.

Fonte: O Globo