Varíola dos macacos: é possível se vacinar? Dá para saber quem se imunizou?

Com casos confirmados na Europa, América do Norte e uma suspeita na Argentina, a varíola dos macacos está gerando preocupação em muitas pessoas. Uma questão que surgiu recentemente é como um adulto pode saber se tomou a vacina contra a varíola quando era criança e se é possível receber a imunização agora.

O que diz a mídia

Com casos confirmados na Europa, América do Norte e uma suspeita na Argentina, a varíola dos macacos está gerando preocupação em muitas pessoas. Uma questão que surgiu recentemente é como um adulto pode saber se tomou a vacina contra a varíola quando era criança e se é possível receber a imunização agora.

A resposta é que, por enquanto, não há como se vacinar contra a varíola humana no Brasil —que é diferente da dos macacos, explicamos isso mais abaixo. Nosso país recebeu a certificação internacional de erradicação da doença em 1973 e os últimos casos da enfermidade foram registrados em 1979. Com o “fim da varíola”, os imunizantes para ela deixaram de ser oferecidos aqui há mais de 40 anos.

Mas não ter essas vacinas disponíveis ainda não é motivo para desespero. Até o momento, não há recomendação de vacinação em massa da população contra a varíola. “A expectativa é de que o vírus não se espalhe tanto, porque ele não é tão rápido quanto o coronavírus, por exemplo”, diz Ana Karolina Barreto Marinho, médica imunologista e membro do departamento científico de imunização da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).

“Temos que ficar vigilantes, mas não há necessidade de medidas adicionais e nem motivo para pânico”, completa.

Atualmente, existem duas vacinas contra a varíola que passaram a ser aplicadas nos EUA depois do 11 de setembro: a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a JYNNEOS (também conhecida como Imvamune ou Imvanex), produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic.

Em estudos clínicos, a JYNNEOS se mostrou 85% eficaz contra a varíola dos macacos. Segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), ela também pode tornar a doença menos grave.

Além dos EUA, o Reino Unido também oferece as duas vacinas para populações de maior risco, como profissionais de saúde e viajantes que passaram por locais onde a doença está presente. Nos países onde a vacina está disponível, é possível que haja uma campanha de vacinação para bloquear surtos, voltada para pessoas que tiveram contato com alguém doente ou que viajaram para países onde há contágio.

Como saber se tomei a vacina no passado? Ela funciona?
Conforme já falamos, a varíola deixou de ter casos registrados no Brasil em 1979, quando também acabaram as campanhas de vacinação contra a doença. Por isso, somente quem nasceu antes dos anos 1980 pode ter recebido o imunizante. Se isso aconteceu, talvez a pessoa tenha uma marquinha no braço esquerdo que parece um pequeno caroço. É difícil de identificar, mas provavelmente a tal marca é a da vacina contra a varíola.

Ainda não se sabe se quem tomou a vacina antes dos anos 1980 está protegido contra a varíola dos macacos. Além disso, é complicado saber exatamente quantas pessoas já foram vacinadas no país. “Naquela época, não existia cartão de vacina, não era tão simples esse registro”, diz Marinho.

Varíola humana x varíola dos macacos
É importante saber que o vírus da varíola dos macacos não é o mesmo vírus da varíola humana. Ele foi descoberto em 1958 e tem uma taxa de letalidade muito menor do que aquele da varíola humana, e também tem uma transmissibilidade bem menor entre humanos.

“Ela é menos contagiosa e infectante, tem menos capacidade de disseminação”, explica a imunologista Ana Karolina Barreto Marinho.

O contágio se dá por meio de contato com fluidos corporais, lesões na pele ou em superfícies internas de mucosas, como a boca ou garganta, gotículas respiratórias e objetos, como toalhas e lençóis, contaminados. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a taxa de mortalidade é 3% a 6%.

Até agora, nenhum caso da doença foi registrado no Brasil e nenhum óbito foi registrado no mundo.

Sintomas
Os sintomas da varíola dos macacos são muito parecidos com os da varíola humana, mas mais brandos. Eles podem durar de duas a quatro semanas. São eles:

febre
dor de cabeça
dor muscular
dor nas costas
fadiga
lesões na pele
inchaço dos gânglios linfáticos

Fonte: UOL Viva Bem