Sais de nicotina representam ameaça para nova geração, demonstra artigo de Indaiatuba

Texto assinado por pneumologista indica os perigos da substância

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A pneumologista Laura Deltreggia é quem assina o artigo sobre sais de nicotina, publicado no site da APM Indaiatuba. A especialista relembrou que em países ao redor do mundo a modalidade já está presente no mercado do tabaco e a premissa do produto é a possibilidade de utilizá-lo sem fazer combustão, mas tendo uma sensação de satisfação.

A médica relembra que, recentemente, a agência americana Food and Drug Administration (FDA) liberou o consumo dos tais sais de nicotina no território dos Estados Unidos. Diferentemente da nicotina básica, eles apresentam uma estrutura química diferenciada que é absorvida com mais facilidade pela mucosa, fazendo com que, assim, a nicotina rapidamente atinja a corrente sanguínea e o Sistema Nervoso Central, gerando um vício maior.

“Assim como o cigarro eletrônico, essa modalidade é vendida ilegalmente em nosso País e também é potencialmente danosa ao nosso organismo. Como os sais são absorvidos pela mucosa, há um risco potencial de tumores de cavidade oral, como lábio, gengiva, mucosa e mandíbula. Há também a evidência que a nicotina aumenta a pressão arterial e frequência cardíaca, sendo assim, a longo prazo aumenta o risco cardiovascular de seus usuários”, explica Laura.

Por gerar mais dependência, a suspensão do uso dos sais é complexa. Para a médica, é fundamental relembrar que nenhum tipo de cigarro é menos prejudicial para a saúde. “Como sempre, a indústria do tabaco se manifesta como uma entidade que visa o bem-estar da população e produz instrumentos para terapia de ‘redução de riscos’. A máxima que diz que não existe cigarro do bem ainda se aplica, e redução de danos que provoca câncer não é redução de danos.”

Ela também reforça que a legislação precisa ser mais dura. “Há anos patinamos em leis que proíbem o uso de cigarros eletrônicos e derivados de nicotina, porém, nos faltam pernas na fiscalização e na educação de nossos jovens, e caso não prestemos máxima atenção a este tema, perderemos uma geração para as novas modalidades de uso de nicotina.”