Sleep Talks discute Sono e Longevidade

Para especialistas, longevidade não é apenas um tempo de vida maior, mas um tempo maior e com mais qualidade

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Na última quinta-feira, 22 de maio, ocorreu mais uma edição do Sleep Talks promovida pela Comissão Organizadora do XXII Congresso Paulista de Medicina do Sono 2025. Com o tema “Sono e Longevidade: Dormir Bem e Viver Mais”, o encontro contou com a participação do psiquiatra Alexandre Azevedo e da médica Andrea Toscanini, ambos membros da organização do congresso.

No início da live, Andrea Toscanini reforçou que, ao falar de longevidade, o foco não deve ser apenas viver mais, mas viver com mais qualidade. “O sono exerce papel fundamental não só na manutenção do metabolismo e do humor, mas também em processos essenciais que ocorrem durante o próprio período de descanso”, explicou.

Em relação à quantidade de horas de sono necessária, Toscanini destacou que, do ponto de vista metabólico, dormir menos de 6.2 horas por noite pode aumentar significativamente os riscos de problemas como alterações na glicemia, doenças cardiovasculares e processos inflamatórios. “Não é sobre o quanto você quer dormir, mas sobre o mínimo necessário para manter seu corpo em equilíbrio”, destacou.

No aspecto cognitivo, a médica complementou que o sono também atua como fator de neuroproteção. “Pelo menos seis horas por noite são recomendadas, sendo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica de sete a nove horas para a maioria das pessoas.”

A privação de sono ou a má qualidade dele pode se manifestar em sintomas como perda de memória, dificuldade de concentração e até alterações metabólicas. “Se você, de repente, ficou hipertenso ou sua glicemia e colesterol aumentaram sem motivo aparente, é possível que seu sono esteja sendo prejudicado”, alertou Toscanini.

Entre os principais sintomas da privação de sono estão irritabilidade, impaciência, dificuldade de concentração, dores de cabeça e dores físicas. Alexandre Azevedo acrescentou que noites mal dormidas não são recuperadas e manter horários fixos para dormir é fundamental. “Priorizar o sono é essencial para se ter uma vida saudável. Viver com saúde é, antes de tudo, dormir bem”, pontuou.

Rotinas de sono

Andrea Toscanini destacou que planejar a rotina diária é essencial para garantir tempo de descanso. “Assumir o controle da sua rotina é uma forma de não deixar que o tempo de sono seja negligenciado. O sono é uma estrutura dinâmica, que muda ao longo da vida, assim como a pele. Muitas vezes, nossa insatisfação com o sono vem da comparação com o que era ideal na juventude. O sono dos 15 anos não será o mesmo aos 50. É importante conhecer e respeitar essa transformação.”

O Sleep Talks integrou a programação preparatória para o XXII Congresso Paulista de Medicina do Sono, que será realizado nos dias 13 e 14 de junho, no Villa Blue Tree, em São Paulo.