APM sedia cerimônia de posse da Academia Paulista de História

O auditório da Associação Paulista de Medicina foi palco da cerimônia de posse dos novos membros da Academia Paulista de História

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O auditório da Associação Paulista de Medicina foi palco da cerimônia de posse dos novos membros da Academia Paulista de História. O evento, que aconteceu na última terça-feira, 11 de abril, contou com a presença do presidente da APH, Luiz Gonzaga Bertelli, responsável por moderar a solenidade, e do presidente da Academia de Medicina de São Paulo, Hélio Begliomini, que compôs a mesa solene.

Além das autoridades mencionadas, o evento também teve a participação de Maria Cecília Naclério Homem, vice-presidente da APH; Agostinho Toffoli Tavolaro, membro da Academia Paulista de História e da Academia Campinense de Letras; José Renato Nalini, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; e Roberto Mateus Ordini, presidente da Associação Comercial de São Paulo.

“Em uma tarde de dezembro de 1972, o historiador Tito Lívio Ferreira, na biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, lançou a ideia da criação de uma Academia de História no nosso estado, seguindo o estatuto da Academia Paulista de Letras como modelo. A nossa Academia, no decorrer de sua existência, vem assinalando fatos históricos e reverenciando personalidades que marcaram a vida paulista e a existência nacional. Esperamos que os novos acadêmicos possam contribuir com o seu incontestável talento para o nosso desejado crescimento em benefício da História brasileira e de nossas maiores tradições”, fomentou Bertelli.

Os recipiendários da ocasião foram Fábio Tucci Farah, que passa a ocupar a Cadeira 15, com o patrono Serafim Leite e antecessor Shozo Motoyama; Geraldo Affonso Muzzi, que irá ocupar a Cadeira 20, com o patrono José Feliciano Fernandes Pinheiro e antecedido por Ney Edson Prado; Luiz Haroldo Gomes de Soutello, que ocupará a Cadeira 13, que tem José Francisco da Rocha Congo como patrono e foi antecedido por Douglas Michalany; Samir Keedi, que ficará com a Cadeira 4, com João Capistrano de Abreu como patrono e Celio Salomão Debes como antecessor; e Synesio Sampaio Goes Filho, que passará a ocupar a Cadeira 28, com Teodoro Fernandes Sampaio como patrono e antecedido por Wálter Fanganiello Maierovitch.

Reconhecimento

A posse de Fábio Tucci Farah, jornalista de formação, foi marcada por uma singela homenagem à professora de infância, que o fez ter tanta estima pela História e que, por uma coincidência do destino, pôde reencontrar durante a cerimônia. Ele relembrou também como a APH tem uma atuação muito próxima a jornalistas. “A Academia honra a memória de muitos jornalistas e acolhe tantos outros profissionais. De acordo com John Hershey, o Jornalismo permite que seus leitores conheçam a História. O bom jornalista do presente deve trabalhar em constante colaboração com o historiador do futuro. Por esta razão, a APH tem uma afeição especial por profissionais desta classe.”

Em seguida, o embaixador Geraldo Afonso Muzzi foi condecorado e durante o seu discurso de posse, relembrou que é interessante observar que quatro vagas da Academia são ocupadas por membros de Campinas. Muzzi destacou a atuação de seu antecessor e de seu patrono, recordando o lema da APH. “História é a testemunha do tempo, a luz da verdade e a mestra da vida.  É parte da rotina diária e onde encontramos memórias e detalhes sobre o Brasil e o mundo. É o tribunal de nossas vidas. O carro da História conduz o sábio e arrasta o tolo.”

Para o empossado Luiz Haroldo Gomes de Soutello, a solenidade representa uma grande oportunidade para reencontrar tantos amigos de longa data, destacando o quanto isso o faz se sentir à vontade. Ao homenagear a memória de seu antecessor Douglas Michalany, Soutello destacou que o profissional sempre foi visto como alguém saudável de corpo, alma e ideais. “Seus livros sempre tornaram palatáveis aqueles assuntos que na escola não gostávamos de estudar, e por conhecimento de causa, eu tenho um profundo respeito pelo meu antecessor”, disse durante o seu discurso.

Dando continuidade, Samir Keedi relembrou de seu nascimento, na Palestina, e como foi vir ao Brasil, em junho de 1951, com toda a sua família. Para Keedi, elaborar um discurso simboliza um grande desafio, visto que, enquanto escritor de livros, sempre esteve acostumado a se manifestar espontaneamente. “Isto nunca havia sido imaginado nem em meus melhores sonhos. A indicação à APH foi uma surpresa inesperada, principalmente por não ter contato ou conhecer nenhum membro de outra ilustre academia deste País, mas afirmo que é uma grande honra ocupar a Cadeira de número 4.”

Por fim, o embaixador Synesio Sampaio Goes Filho relembrou as dificuldades em ser um bom aluno na infância – superadas ao conseguir ingressar na São Francisco, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, e construir uma grande carreira na área, atuando no Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores). “Faço comentários pessoais para dizer sobre a importância que a História tem tido na minha vida, especialmente nestes meus já longos anos de aposentadoria. Continuo pensando em novos trabalhos e, assim, vou tentando viver o meu ócio com dignidade.”

Além do empossamento e diplomação dos novos membros da APH, o evento também contou com a entrega da Condecoração Dom João VI a Hélio Begliomini, Agostinho Tavolaro e Roberto Mateus Ordini, como forma de reconhecimento pelas suas atuações em prol da História.

“Tenho a impressão de que eu fui, talvez, da última geração de empossados antes desta reunião, que ocorreu há quatro anos em uma belíssima e inesquecível solenidade, a qual guardo no meu coração. Para mim, é uma honra muito grande pertencer a este seletíssimo sodalício paulista e fazer esta saudação aos empossados de hoje. Espero que possam enxertar vida à nossa querida Academia de História”, complementou Begliomini.

Texto: Julia Rohrer

Fotos: Alexandre Diniz/AMSP