Brasil registra quase 20 mil mortes por queimaduras em cinco anos

Entre 2015 e 2020, o Brasil registrou 19.772 óbitos por queimaduras, dos quais 53,3% foram atribuídos às queimaduras térmicas; 46,1% às elétricas; e 0,6% a outras causas de queimaduras. Os dados são de boletim do Ministério da Saúde divulgado recentemente

Últimas notícias

Entre 2015 e 2020, o Brasil registrou 19.772 óbitos por queimaduras, dos quais 53,3% foram atribuídos às queimaduras térmicas; 46,1% às elétricas; e 0,6% a outras causas de queimaduras. Os dados são de boletim do Ministério da Saúde divulgado recentemente.

As queimaduras são classificadas em térmicas, elétricas e outras conforme os agentes etiológicos. O grupo das térmicas reúne os acidentes por líquidos, vapores, sólidos superaquecidos e substâncias infamáveis. As elétricas decorrem do contato com corrente elétrica, que pode ser por passagem de corrente pelo corpo ou acendimento por explosão. Já o grupo denominado de outras queimaduras inclui substâncias químicas, geladura e radiação.

O risco de morte por todos os tipos de queimaduras foi de 1,48 por 100 mil habitantes. Entre as causas térmicas e elétricas, esse risco foi de 0,73 e 0,74 por 100 mil habitantes, respectivamente. Entre 2015 e 2019, houve redução do risco de morte de 4,3% para todas as causas, de 6% para as térmicas e de 2,8% para as elétricas.

No que tange à quantidade de óbitos, o ano de 2020, início da pandemia de Covid-19 no País, destacou-se por apresentar a maior frequência de mortes por queimaduras.

Notificações

Observou-se o maior percentual de óbitos por queimaduras térmicas em São Paulo (18,3%), Rio de Janeiro (14,1%) e Minas Gerais (9,8%). Roraima, Amapá e Acre apresentaram os menores percentuais, abaixo de 0,5%. Quanto às queimaduras elétricas, o maior percentual ocorreu no estado da Bahia, com 9,7%, seguido por São Paulo, Maranhão e Pará – todos com 8% – e Pernambuco, com 7,1%. Sergipe, Amapá e Roraima apresentaram os menores percentuais, oscilando entre 0,4 e 0,6%.  

Segundo os resultados do Viva Inquérito 2017, referente à Vigilância de Violências e Acidentes em Serviços Sentinelas de Urgência e Emergência, as queimaduras acidentais foram mais frequentes em indivíduos de 20 a 39 anos (40,7%); sexo masculino (57%); com ocorrências domiciliares (67,7%) e queimaduras decorrentes do manuseio de substâncias quentes (52%). Entre as queimaduras ocorridas em casa, acontecem com mais frequência em jovens menores de 15 anos (92%) e em idosos (84,4%), bem como em mulheres (81,6%).

Em 2019, segundo estimativas mundiais, ocorreram 111.196 mortes devido a queimaduras decorrentes da exposição ao fogo, ao calor e a substâncias quentes. Ressalta-se que cerca de 90% desses acometimentos e dos óbitos ocorrem em países de renda média ou baixa.

Em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, houve impacto no acesso das pessoas ao tratamento das diversas doenças e das lesões por queimaduras, somado a outros fatores, como distanciamento social e os consequentes transtornos psicológicos e sociais.

Houve também aumento de agressões por diferentes agentes, tentativas de suicídio, assim como aumento do desemprego e de população em situação de rua, o que contribuiu para maior risco de acidentes, sejam não intencionais ou mesmo intencionais.

Entretanto, vale reforçar que a prevenção de acidentes reduz custos para o sistema de Saúde e para a sociedade, além de poupar vidas e sofrimento associado a incapacidades.