Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 é tema de webinar APM/AMB

Na noite da última quarta (29), a Associação Paulista de Medicina e a Associação Médica Brasileira reuniram alguns dos integrantes do Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 (CEM Covid_AMB), criado em março deste ano, para apresentar alguns dos trabalhos já realizados e divulgados em comunidades médicas e público em geral.

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Na noite da última quarta (29), a Associação Paulista de Medicina e a Associação Médica Brasileira reuniram alguns dos integrantes do Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 (CEM Covid_AMB), criado em março deste ano, para apresentar alguns dos trabalhos já realizados e divulgados em comunidades médicas e público em geral. 

“Desde o início de sua gestão, César Eduardo Fernandes [presidente da AMB] teve a iniciativa de reunir as sociedades de especialidades que tratam diretamente do tema Covid-19 e, com elas, elaborar pontos de vista baseados em evidências para orientar os médicos no enfrentamento dessa pandemia”, reforça o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral.


Fernandes reitera que o Comitê, que se baseia exclusivamente na Ciência e é equidistante de quaisquer interesses que possam influenciar ou corromper as decisões e orientações, já emitiu diversas recomendações e notas oficiais que contribuíram para que a população entendesse o que é necessário para o enfrentamento da doença, como por exemplo, o papel e a eficácia da vacinação. “Emitimos recomendações e notas, temos um acervo extremamente valioso disponível no portal da Associação Médica Brasileira que ajudou médicos, pacientes e mesmo diria instâncias governamentais a tomarem suas decisões.”

Em seguida, o infectologista Alexandre Naime Barbosa, que também tem atuado na linha de frente do combate à Covid-19, contextualizou brevemente a dificuldade dos médicos no enfrentamento à doença e a crescente divulgação de fake news e de pseudocientistas que prejudicam ainda mais a atuação. “Foi com muita alegria que, no começo do ano, fui convidado a integrar esse comitê especial da AMB que reúne as especialidades com atuação direta em Covid-19, para que possamos tomar decisões e prestar orientações para os nossos colegas médicos de forma mais técnica.”

O CEM Covid_AMB se reúne todas as segundas-feiras virtualmente. Ao todo, já foram produzidos 18 boletins, que vão desde a contextualização da pandemia, passando pelo esclarecimento sobre drogas não eficazes, sorologias aos pacientes, eventos tromboembólicos relacionados à vacinação e perfis de gestantes, pacientes com asma, adolescentes, entre outros temas de grande impacto.

“São notas técnicas que vão compondo um acervo muito importante para a questão de orientação da comunidade médica. Temos participantes de várias sociedades médicas envolvidas na pandemia que, em curto depoimento, nos mostrarão hoje qual o papel de cada sociedade dentro desse trabalho conjunto da AMB, que também conta com participação da APM”, destaca Barbosa.

Integrantes

Em seguida, representantes das sociedades de especialistas fizeram uma síntese da apresentação de suas contribuições ao CEM Covid_AMB.

“Graças à vacinação, hoje temos a perspectiva de que no futuro poderemos ter uma vida mais próxima do normal, com mais empregos e combatendo a desigualdade social que se agravou muito com a pandemia. Vamos acreditar na Ciência, vamos acreditar na AMB e nas sociedades científicas que representam a voz da sociedade médica”, reforça o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns da Cunha.

“A partir da criação do Comitê, a SBGG passou a integrar um time de grandeza em saberes de várias especialidades médicas, que juntas continuaram a estudar e aprofundar as consequências e as manifestações da Covid-19, bem como os resultados da então vacina que havia iniciado seu processo de aplicação”, disse a presidenta da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerentologia, Ivete Berkenbrock.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, Eduardo de Melo Carvalho Rocha, trouxe em sua apresentação a avaliação de incapacidades pós-Covid19. “Uma parcela considerável dos pacientes de todas as formas graves, moderadas ou leves podem permanecer com o que chamamos de Covid-19 longa ou síndrome pós-Covid, um conjunto de sintomas que faz com que o paciente tenha uma perda funcional progressiva após a cura da doença”, explica.

O infectologista Helio Bacha, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressalta que a pandemia acarretou, além do grande número de pacientes internados e mortes, carência técnica de boas fontes e bons protocolos de informação sobre a doença. “Convivemos com uma grande quantidade de informações mentirosas sem evidência clínica. Neste ano de 2021, a AMB assume um papel de relevância ao criar o comitê, um grupo técnico de pesquisadores que elaboram conhecimento técnico baseado em evidência.”

O presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, informa sobre as três testagens disponibilizadas e já incorporadas no rol da ANS: teste de detecção direta do material genético do vírus/metabólicos dos vírus (RT-PCR); teste para avaliação de resposta imune (IgA, IgM, IgG e anticorpos totais), anticorpos neutralizantes e avaliação de resposta celular; e teste antígeno.

Já o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Emanuel Sávio Calvacanti Sarinho, destaca a participação sobretudo na elaboração de três normas técnicas que relatam o intervalo adequado entre o imunobiológico em relação à vacinação, as eficácias das vacinas e os fenômenos tromboembólicos. “Gostaria de destacar também a nossa participação sobre asma grave em conjunto com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. E de dizer que estamos juntos na defesa da população, na defesa de uma boa Medicina.”

Hélio Pena Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência, esclarece que desde o início da pandemia a entidade está na linha de frente e atuando de forma conjunta com outras especialidades, como intensivistas, cardiologistas, anestesiologistas e radiologistas. “Essa congregação de associações consolidadas hoje neste comitê é muito forte porque cada uma pode participar com sua expertise, em posicionamentos, em discussões e até mesmo em diretrizes,” congratula.

A presidenta da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Irma de Godoy, informa que, desde 17 de março de 2020, a SBPT vem se posicionando a respeito do enfrentamento da Covid-19 com a elaboração de notas e orientações, dados sobre o tratamento específico para pacientes com asma e elaboração de número expressivo de aulas para esclarecimento de tratamento do broncoespasmo, vídeos educativos, debates interativos, podcast e lives abertas. Todo o material está disponível aos associados, especialistas e público em geral.

A pandemia também agravou quadros de pacientes com doenças reumáticas de múltiplas maneiras, além do quadro infeccioso. O problema piorou, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Ricardo Machado Xavier, quando foi proposto sem evidência que vários dos fármacos usados nos tratamentos específicos para doença autoimunes fossem empregados no manejo da Covid-19.

“A história começou com a hidroxicloroquina, isso teve um impacto bastante grande porque o medicamento sumiu do mercado e nossos pacientes com doenças autoimunes tiveram muita dificuldade de acesso ao fármaco. Isso obrigou a SBR a se mobilizar para que fosse prescrita com receita controlada. Depois voltou ao mercado, mas tivemos dificuldade de acesso a outros fármacos também pela mesma questão da Covid-19”, alerta.

A presidenta da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Susana Margareth Ajeje Lobo, em sua fala, foi categórica ao afirmar que as regras preventivas de uso correto de máscara, distanciamento social e evitar aglomerações devem ser reforçadas sempre. “Essas medidas achatam as crescentes curvas de casos. Neste momento, é extremamente importante ampliar a nossa participação com a publicação de notas técnicas sobre vacinação e recomendação do uso de máscara esclarecendo toda população sobre testes e vacinas e sobre a ineficácia dos tratamentos precoces”, acrescenta.

Na atenção primária, a presidenta da Sociedade de Medicina da Família e Comunidade, Zeliet Linhares Leite Zambon, também destaca o atendimento que visa manter as pessoas informadas e os cuidados de monitoramento dos casos leves e pós-Covid19.

“Esse grupo tem participado de forma intensa para ajudar não só a classe médica, mas a população em geral no combate à Covid-19. Tem dado informações científicas de grande importância para ajudar neste enfrentamento, dentro das 12 diretrizes elaboradas e publicadas. Seria muito interessante que observassem e lessem o trabalho fantástico”, conclui o diretor Científico da AMB, José Lutaif Dolci.

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