CQH celebra 30 anos com lançamento de livro, novo site e nova marca

Ao longo de 30 anos de existência, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar, de responsabilidade social da Associação Paulista de Medicina, congregou cerca de 700 voluntários e 413 hospitais de todo o Brasil, com a intenção de melhorar continuamente a qualidade hospitalar através de aperfeiçoamentos de processos de gestão.

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Ao longo de 30 anos de existência, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar, de responsabilidade social da Associação Paulista de Medicina, congregou cerca de 700 voluntários e 413 hospitais de todo o Brasil, com a intenção de melhorar continuamente a qualidade hospitalar através de aperfeiçoamentos de processos de gestão.

E para celebrar as três décadas de história, no dia 1º de julho, em evento virtual com palestrantes convidados, foram lançados um livro, novos logo e site do CQH. O evento foi moderado por Antônio Eduardo Fernandes D’Aguiar.

“Uma instituição como o Programa CQH deve ser avaliada pelas pessoas que a compõe, como os seus 686 voluntários. Essas pessoas não se reúnem apenas em torno de uma boa causa, que já poderia ser motivo suficiente, mas é importante que haja bons líderes para manter as pessoas agregadas. Elas encontraram seriedade, competência e dedicação, marcas registradas na figura do doutor Haino Burmester, liderança necessária para abraçar essa boa causa. Hoje, temos na figura do doutor Milton Osaki a serenidade, competência e dedicação necessária para manter essa chama acessa”, destaca o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral.

Haino Burmester, um dos idealizadores do Compromisso com a Qualidade Hospitalar, esteve durante 27 anos à frente da coordenação do programa. Ele traçou brevemente as três décadas de trajetória do CQH. “Há 30 anos, o programa foi transformador e inovador, sobretudo, ousado ao propor algo inusitado no País naquele primeiro momento, e continua marcando sua presença com essas características. Além de transformador, inovador e ousado, sempre se caracterizou pela simplicidade no enfoque educativo, no princípio ético e no voluntariado, seus valores fundamentais. O voluntariado (pessoas e hospitais) dá oportunidade aos diferentes agentes envolvidos com o programa de contribuírem para a melhoria da qualidade dos serviços de Saúde, sem amarras com outros interesses que não seja a genuína vontade de tornar melhores as práticas de gestão”, informa.

Sobre o papel da Associação Paulista de Medicina, Burmester enfatiza que todos os presidentes ao longo do tempo apoiaram o programa. “A começar pelo doutor Celso de Campos Guerra. Com sua determinação, em 1991, foi indispensável para o começo do programa e podemos dizer, sem medo de errar, que o CQH não existiria sem ele. Seguiram com o mesmo zelo e compromisso com o programa os doutores José Knoplich, Eleuses Vieira de Paiva, Jorge Carlos Machado Curi, Florisval Meinão e agora já em mais de uma gestão, José Luiz Gomes do Amaral.”

Burmester também citou os diretores administrativos da APM na época de criação do CQH, Renato Bertolucci e Rui Teles Pereira, e demais funcionários da entidade. No Cremesp, a memória de Roberto de Godoi. No âmbito das entidades, as parcerias com a Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração em Saúde (Abrampas), a Sociedade Paulista de Medicina e Administração em Saúde (Sompas), o Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde (Proahsa) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Fundação Getúlio Vargas e, mais recentemente, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

“Queremos dar destaque também à participação dos 413 hospitais de todo o Brasil, que aceitaram o desafio e voluntariamente aderiram ao programa, utilizando a metodologia proposta pelo CQH para a melhoria de suas qualidades hospitalares, e aos 686 voluntários que anonimamente emprestaram e emprestam seu labor a esse sucesso”, acrescenta.  

Rompendo barreiras

Milton Massayuki Osaki, coordenador do programa há três anos, reforça que o CQH transcendeu com o propósito inicial de ser um projeto de avaliação hospitalar. Além da capacitação de médicos e profissionais da Saúde para a melhoria da qualidade assistencial, produziu literatura especializada para a administração hospitalar e incentivou a produção de artigos científicos, através da Revista de Administração em Saúde (RAS) e criou fóruns de discussão e benchmarking entre gestores hospitalares – sobre os principais temas em administração hospitalar, como a engenharia clínica, gestão de enfermagem, gestão de pessoas, hotelaria e infecção hospitalar.

“O programa CQH extrapolou barreiras no apoio a entidades hospitalares, atuando em Angola, Peru e Guatemala. E se prepara para auxiliar o Ministério da Saúde de Moçambique para a melhoria da gestão dos hospitais públicos daquele país, com apoio da Jica”.

Osaki informa que essas atuações permitiram que a Associação Médica Brasileira reconhecesse a Administração em Saúde como área de atuação dentro das especialidades médicas. No dia 25 de maio, a Comissão Nacional de Residência Médica aprovou a matriz de competência para residência nessa especialidade.

“O CQH é o exemplo de um projeto que se tornou uma trajetória vitoriosa. Foi muito pertinente as homenagens aqui prestadas ao ex-presidente da APM, Celso de Campos Guerra, bem como todos aqueles citados que contribuíram decisivamente para que se alcançasse o resultado que hoje podemos ver. Aproveito a oportunidade para parabenizar o doutor Milton Osaki e, especialmente, Haino Burmester, que tem a sua vida intimamente ligada ao CQH desde o início do projeto”, congratula o diretor Administrativo da APM, Florisval Meinão.

Meinão recorda que, em suas gestões passadas, quando então presidente da Associação Paulista de Medicina, teve a oportunidade de presenciar diversos profissionais voluntariamente reunidos na APM para discutir e buscar melhorias na qualidade do atendimento hospitalar. “É um exemplo tão raro em nosso País, mas o CQH conseguiu aglutinar um contingente tão grande de pessoas motivadas e idealistas, isso certamente contribuiu para o seu sucesso. A APM também agradece o programa por estar situado em nossa sede. É um projeto que todos nos orgulhamos de participar.”

Apoio e participantes

O apresentador e moderador do evento Antônio Eduardo Fernandes D’Aguiar, presidente da Abrampas, falou da aproximação entre a entidade e o Programa CQH. “A Associação existe desde 1976. Foi se desenvolvendo aos poucos, com muita dificuldade, em virtude de serem muito valorizadas as áreas assistenciais da Medicina. Assim, a Administração em Saúde, muitas vezes, foi colocada de lado. Ao longo dos anos, percebemos que a falta de gestão pode eventualmente trazer malefícios sociais. Hoje, vivemos um momento de enaltecimento da importância da gestão em Saúde. Assim como o CQH, a nossa abordagem multidisciplinar e multiprofissional incentiva a convivência entre médicos e outros profissionais da Saúde, com amplas iniciativas voltadas para o paciente, este sim a nossa razão de ser”, explica.

Representando o Hospital da Força Aérea de São Paulo, o coronel médico Alexandre de Araújo Melo contou um pouco sobre os 20 anos de participação da instituição no programa. Em seu relato, disse que ao longo desse período, uma nova cultura institucional foi aprimorada no HFASP. A primeira certificação de qualidade hospitalar foi recebida em 17 de janeiro de 2001.

“No início agora de junho de 2021, recebemos uma comitiva de oficiais da diretoria de Saúde da aeronáutica para implantarmos um centro de atenção primária. A comitiva ficou encantada com a pronta resposta dada pelo HFASP, durante os dois dias de visita técnica, o que nos fez lembrar as visitas de recertificação do Programa CQH e do Prêmio Nacional de Gestão em Saúde. A participação de forma voluntária no Compromisso com a Qualidade Hospitalar partiu da ação visionária do então diretor da Aeronáutica major-brigadeiro de São Paulo, José Elias Martieli.”

Livro e repaginação

O livro “CQH 30 anos (1991-2021): mais que um programa de qualidade” foi escrito pela jornalista Ana Paula Pavan Dondon. Entre as abordagens, traz os primeiros passos de origem do programa, sua expansão e aprimoramento, os planos para o futuro, os hospitais selados, os colaboradores, os hospitais participantes e os avaliadores.

Em seguida, o superintendente de Estratégia e Marketing da APM, Jorge Assumpção, apresentou a nova marca do programa, construída a partir dos valores das entidades mantenedoras, do respeito à legislação e da integridade e honestidade moral e intelectual.

Foram outros pontos levados em consideração para a elaboração da marca a autonomia técnica, pilares existentes na missão, valores, visão, estatuto e metodologia de trabalho; simplicidade à realidade hospitalar brasileira; participação voluntária dos hospitais que buscam a melhoria da qualidade como manifestação de responsabilidade pública e de cidadania; confidencialidade e enfoque educativo.

“Nos detalhes, optamos em colocar por extenso o significado da sigla, além dos princípios e valores que a APM possui desde sua existência, fazendo uma conexão direta com o programa. O balão representa o canal de fala e voz dos profissionais que participam do CQH e que buscam melhorias na qualidade do atendimento nos serviços de Saúde por meio do diálogo e discussões. O hexágono centralizado na palavra Q nos recorda de placas de sinalização de atenção”, explica Assumpção.

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