“Métodos Ágeis” é tema de assembleia do Programa CQH

Buscando apresentar experiências e, assim, salientar como é possível aperfeiçoar a gestão dos hospitais, na última quinta-feira, 30 de novembro, aconteceu Assembleia dos Hospitais participantes do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar

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Buscando apresentar experiências e, assim, salientar como é possível aperfeiçoar a gestão dos hospitais, na última quinta-feira, 30 de novembro, aconteceu Assembleia dos Hospitais participantes do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar – iniciativa da Associação Paulista de Medicina.

O encontro foi moderado por Jayme Malek Junior, médico especialista em gestão de serviços de Saúde e Medicina do Trabalho. Para falar sobre os métodos ágeis e a sua aplicação na prática, Juliana Ferreira, assessora da Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Saúde, trouxe o estudo do projeto aplicado no Hospital Central de Maputo (HCM), no qual está sendo incorporado o CQH, demonstrando, assim, de que forma têm sido realizados os trabalhos e treinamentos em equipes.

“São diferentes metodologias e abordagens utilizadas para poder executar projetos. Neste, trabalhamos mais a fundo o design thinking e conseguimos planejar e exercer o projeto de uma maneira mais acelerada”, relembra, destacando que, quando o trabalho ao lado do HCM teve início, em 2021, a estratégia utilizada foi aproveitar aquilo que eles já sabiam para, então, replicar os conceitos do CQH.

Para isso, optaram por trabalhar com o auxílio de três fundamentos cruciais: liderança transformadora, pensamento sistêmico e compromisso com as partes interessadas. O projeto, que foi dividido entre três etapas – a primeira com a visita dos moçambicanos ao Brasil e a segunda com a visita dos brasileiros a Moçambique – permitiu, na última fase, o retorno do grupo ao País, em setembro deste ano, para demonstrar como estava sendo feito o trabalho.

 “Na avaliação que fizemos em Moçambique, percebemos que precisávamos atuar na orientação de processos e valores. Trabalhamos também com mapeamento e identificação. Conseguimos fazer com que eles saíssem com um plano de ação construído. As metodologias ágeis são a forma de acelerar determinado processo, além de permitirem que trabalhemos em equipe, com o desenvolvimento da inteligência coletiva”, relatou.

Compartilhamento de experiências  

Em seguida, Emerson Guilande, diretor responsável pelo Departamento de Planificação e Estatística do Hospital Central de Maputo, veio a público demonstrar como está sendo a experiência, compartilhando as vivências da instituição. De acordo com ele, o HCM, que é o maior hospital de Moçambique, é uma referência nacional.

Guilande explicou como o Hospital aderiu ao Programa CQH. “Por ser uma referência, há um volume muito grande de atendimento, o que leva à insuficiência de recursos, gerando muitas reclamações. Procurando diminuir o número de queixas, a direção do Hospital achou que seria bom procurar mecanismos de melhorar os nossos serviços, assim, entramos em contato com a Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão), no sentido de solicitar apoio para encontrar mecanismos de melhoria nos serviços que prestamos à nossa população.”

Pela Jica já ter tido experiência com o Brasil e São Paulo – por meio do CQH – buscou especialistas brasileiros que pudessem apoiar o hospital nesta causa, fazendo com que fosse possível o Hospital Central de Maputo transmitir os conhecimentos para as demais unidades sanitárias.

“São ferramentas de melhoria que devemos trabalhar para fazer o nosso plano de ação. O que vamos fazer neste período é fundamental para alcançarmos o nosso tão sonhado Selo CQH. Já estamos disseminando este modelo a fazendo reuniões para falar sobre o trabalho, realizando encontros com os mais altos departamentos do hospital para transmitirmos este conhecimento. Estamos muito entusiasmados com a gestão do CQH, pois ela vai trazer melhorias, diminuir reclamações e ser uma gestão mais vista, deixando claro o que o hospital faz, melhorando a nossa qualidade”, complementou.

Case de sucesso

Finalizando as apresentações, Karine Wurthmann, diretora técnica do Hospital Regional de Osasco, falou sobre os processos e treinamentos que a instituição enfrentou para conseguir ser um hospital selado do CQH, salientando que para receber a certificação, tiveram que analisar a estrutura do hospital e entender o que precisava ser alterado.

“As ações que desenvolvemos foram visando o roteiro de avaliação do CQH. Engajamento profissional da equipe de RH é primordial, não adianta eu almejar alguma coisa e a minha equipe não me acompanhar. Para podermos alcançar o selo, precisávamos saber as nossas necessidades. Precisávamos compreender a nossa força, por isso, mexemos na cultura organizacional, além de entender quais eram as nossas fraquezas, senão não iríamos para lugar nenhum”, disse.

Neste sentido, Karine ressaltou que foram realizadas uma série de palestras, workshops e simulações de trabalhos que contribuíram para que os funcionários entendessem a missão, a visão e os valores do hospital, ajudando no treinamento e para o alcance do objetivo final, que traz valorização do profissional, engajamento e um ambiente de trabalho mais receptivo.

Raquel Soares, supervisora técnica de Enfermagem do hospital, foi uma das colaboradoras do treinamento, descrevendo de que maneira o setor pôde alavancar os seus atendimentos graças à auditoria de prontuários. “Quando falamos em CQH, todos os grupos têm de estar envolvidos, temos que prestar uma assistência de qualidade e as informações têm de chegar a todos. É um desafio muito grande, que deve contar com mudança de hábito, e tivemos que mostrar para os colaboradores que isso valoriza o seu currículo e é algo que temos que aprender diariamente. É uma ação contínua que junta vários departamentos, e não se trabalha sozinho.”

Fotos: Reprodução Assembleia CQH