Ministério da Saúde analisa mortalidade feminina

Tanto no começo (2010) quanto no final (2019) da última década, no Brasil, as duas principais causas de óbitos entre mulheres foram representadas pelas doenças do aparelho circulatório (DAC) e neoplasias/tumores. A constatação é do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que analisou as principais motivações de óbitos de mulheres com 10 anos ou mais, nestes dois anos.

Últimas notícias

Tanto no começo (2010) quanto no final (2019) da última década, no Brasil, as duas principais causas de óbitos entre mulheres foram representadas pelas doenças do aparelho circulatório (DAC) e neoplasias/tumores. A constatação é do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que analisou as principais motivações de óbitos de mulheres com 10 anos ou mais, nestes dois anos.

Segundo a análise ministerial, embora as mulheres apresentem menores taxas de mortalidade, quando comparadas aos homens, é sempre importante e oportuno analisar os problemas de saúde mais frequentes nesse grupo populacional. Sendo, esta, uma forma de aprimorar o planejamento de intervenções constantes de programas de saúde especificamente dirigidos às mulheres.

O boletim lembra, ainda, que no Brasil a distribuição dos óbitos femininos em 2010 foi de 6,5% entre as mulheres com menos de 20 anos, 23,3% entre as com 20 e 59 anos e 70,2% entre as com mais de 59 anos. Entre os homens, os valores foram, respectivamente, de 7,9%, 37,7% e 54,4%.

Dados
Em 2010 e 2019, foram a óbito no Brasil 464.243 e 583.896 mulheres, respectivamente, com 10 ou mais anos de idade. Nestes dois anos, as quatro maiores taxas brutas de mortalidade, segundo os capítulos da Classificação Internacional de Doenças (CID 10) foram pelas mesmas causas de óbito, a saber: DAC (183,3/100 mil e 184,9/100 mil), neoplasias (97,5 e 119,8), doenças do aparelho respiratório (64,6 e 84,5) e doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (45,5 e 47,6).

O aumento observado nos valores das taxas entre os anos estudados foi, respectivamente, de 0,9%, 22,9%, 30,8% e 4,6%. Entre as duas datas analisadas, observou-se queda somente na taxa de mortalidade por causas mal definidas, que passou de 39 para 33,6 por 100 mil mulheres.

Essa diminuição, segundo o boletim epidemiológico, possivelmente ocorre em virtude da investigação dos óbitos. Todavia, o documento ressalta que os valores observados ainda podem comprometer a interpretação dos dados de mortalidade e, por conseguinte, a formulação de políticas públicas, evidenciando a necessidade de investimento em qualidade da informação.

“Embora incentivos financeiros venham sendo destinados para implantar um novo desenho de atenção, organizado em redes nos territórios, voltados para o câncer de colo de útero e de mama, ainda são muitos os desafios para romper a fragmentação do cuidado e avançar para um modelo integral, longitudinal e que contemple o rastreamento, a detecção precoce, o diagnóstico e tratamento oportunos, além de um acompanhamento humanizado e digno para as mulheres”, diz o texto.