Ministério da Saúde mapeia óbitos por causas ligadas ao albinismo entre 2010 e 2020

Entre os anos de 2010 e 2020, foram notificados 85 óbitos com menção ao albinismo no Brasil.Em 24 (28,2%) delas, o albinismo foi identificado como causa básica (que deu origem a uma sucessão de eventos que conduziram a óbito) e em 61 (71,8%), como causa associada (afecções consequenciais e contribuintes).

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Entre os anos de 2010 e 2020, foram notificados 85 óbitos com menção ao albinismo no Brasil.Em 24 (28,2%) delas, o albinismo foi identificado como causa básica (que deu origem a uma sucessão de eventos que conduziram a óbito) e em 61 (71,8%), como causa associada (afecções consequenciais e contribuintes).

As neoplasias, em especial as malignas de pele, foram identificadas como causa básica, constituindo um significativo fator relacionado à mortalidade entre pessoas maiores de 14 anos. No perfil de mortalidade, 45 (52,89%) dos indivíduos eram do sexo masculino e 40 (47,1%) do sexo feminino. Os dados são de Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

As regiões Sudeste, Nordeste e Sul tiveram quase que a totalidade dos óbitos, com cerca de 94% (80). As regiões Centro-Oeste e Norte registraram três e dois casos, respectivamente. Em relação à faixa etária, a maioria dos indivíduos tinha menos de 5 anos, sendo 36% do grupo, e as pessoas entre 15 e 49 anos representaram 32%.

Definições

O Ministério da Saúde define albinismo como “um distúrbio genético que se caracteriza pela ausência total ou parcial da melanina (pigmento responsável pela coloração da pele, dos pelos e dos olhos). Pessoas com albinismo apresentam pele muito branca, olhos, cabelos, cílios e demais pelos do corpo extremamente claros.”

São os tipos de albinismo oculocutâneo, que afeta a pele, cabelos e olhos, cuja herança autossômica recessiva tem prevalência mundial; e ocular, que atinge unicamente os olhos.

De acordo com o boletim, no Brasil, estima-se que a prevalência da condição genética seja maior em indivíduos afrodescendentes. “Sabe-se que algumas comunidades isoladas geograficamente podem apresentar uma frequência superior à estimada mundialmente, como no caso da Ilha de Maré, na Bahia, o que pode estar relacionado à maior ocorrência de relacionamentos consanguíneos”, acrescenta o MS.

Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia, não existe tratamento específico e efetivo para o albinismo, uma vez que é decorrente de uma mutação geneticamente determinada. Porém, há estudos de engenharia genética em andamento com a tentativa de promover o reparo das proteínas deficitárias nos genes, permitindo-se, assim, a produção de melanina, além dos estudos de algumas drogas capazes de aumentar a produção de tirosinase, enzima precursora da melanina.

O Ministério da Saúde recomenda que os indivíduos albinos evitem a exposição solar direta ou indireta; usem óculos escuros com proteção para os raios solares (prescrito por oftalmologista); acessórios como chapéus com abas, sombrinhas e roupas de tecido com trama bem fechada; e produtos com protetor solar FPS ≥ 20, para raios UVA e UVB, 30 minutos antes de sair de casa, com reaplicação a cada 2 horas, se necessário.

Também alerta para o diagnóstico e a notificação precoce do albinismo nos sistemas de informação oficiais. “Por meio do diagnóstico precoce, medidas preventivas simples, como evitar a exposição ao sol e o incentivo ao uso de filtro solar, podem diminuir sobremaneira a ocorrência de neoplasias malignas de pele”, considera o informativo.