Ministério publica boletim sobre controle da tuberculose durante a pandemia de Covid-19

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou, em seu mais recente boletim, dados sobre as alterações na força de trabalho das coordenações estaduais e de capitais e no desenvolvimento de ações estratégicas de controle da tuberculose durante a pandemia de Covid-19.

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A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou, em seu mais recente boletim, dados sobre as alterações na força de trabalho das coordenações estaduais e de capitais e no desenvolvimento de ações estratégicas de controle da tuberculose durante a pandemia de Covid-19.

O boletim é resultado de três inquéritos virtuais realizados nos meses de junho e setembro de 2020 e no mês de fevereiro de 2022, encaminhados às coordenações das Unidades Federativas e do Distrito Federal e de capitais. Os dados são dos meses anteriores à aplicação do questionário: maio e agosto de 2020 e janeiro de 2022, e os resultados incluem todas as coordenações dos estados e DF e 22 coordenações de capitais.

De acordo com o boletim, de maio de 2020 a janeiro de 2022, o número de profissionais nas coordenações estaduais de tuberculose se manteve entre 5 e 5,5 pessoas. Nas capitais, esse valor foi de 4,7 para 3,2 profissionais por equipe.

Em média, houve uma redução de 57% e 70% em 2020 no número de profissionais atuando presencialmente nas coordenações das UF e capitais, respectivamente. Em 2022, 22 UFs afirmaram que adotaram formatos híbridos de trabalho, e apenas 3 capitais mantiveram profissionais em trabalho remoto, exclusivamente ou alternando com momentos presenciais.

Cerca de 40% das coordenações das UFs alocaram técnicos das equipes de tuberculose às atividades de enfrentamento à Covid-19 em 2020. Esse número foi de 55% entre os profissionais das capitais. Em 2022, cinco coordenações estaduais e cinco municipais mantinham profissionais nessas ações.

No que diz respeito ao adoecimento de profissionais pela Covid-19, em janeiro de 2022, 77,8% das UFs e 50% das capitais tinham membros de suas equipes com a doença somente naquele mês. Além disso, ainda em janeiro de 2022, 94,2% das coordenações informaram que todos os profissionais da equipe haviam se vacinado com ao menos duas doses contra a Covid-19.

Ações de controle

O boletim também destaca a descontinuidade das ações de controle da tuberculose durante a pandemia da Covid-19. Nas capitais, em maio de 2020, a dificuldade de manter a atualização dos boletins mensais de acompanhamento do Sinan atingiu 42,3%, índice que se manteve na faixa dos 20% nos outros inquéritos.

As ações de assistência direta à pessoa com tuberculose também foram afetadas. Cerca de metade das UFs em 2020 afirmou que houve restrição ou interrupção das consultas em referências secundárias e terciárias, índice que reduziu significativamente em janeiro de 2022, atingindo apenas 13%. O boletim destaca que esses dados podem indicar uma melhoria ao longo da pandemia em relação à resposta desses serviços de referência em tuberculose.

No que diz respeito ao tratamento diretamente observado (TDO), a descontinuidade parcial ou total da estratégia foi reportada por 84,6% das coordenações de capitais em maio de 2020. Em agosto do mesmo ano, o percentual atingiu 40,9% e, em 2022, chegou a 44%. Alternativas para a manutenção da supervisão do tratamento, como telefonemas, chamadas de vídeo e mensagens de texto, foram utilizadas pelas coordenações em casos de pessoas com maior vulnerabilidade.

A busca ativa por pessoas com sintomas respiratórios também apresentou restrição/ interrupção, atingindo o maior percentual (69,2%) em maio de 2020. Essas ações, de acordo com o boletim, são fundamentais para o diagnóstico dos casos de tuberculose.

Com relação aos exames laboratoriais, houve restrição/interrupção em 48,1% e 44,4% das coordenações em maio e agosto de 2022, respectivamente. Nas capitais, não houve variação expressiva na frequência de restrição/interrupção na realização dos exames laboratoriais, atingindo o maior percentual em agosto de 2020 (13,6%).

O boletim destaca, por fim, a importância de que novas ações, especialmente aquelas que envolvem novas tecnologias, sejam incorporadas, como o uso de ferramentas virtuais para a realização do TDO e a investigação e/ou testagem integradas de tuberculose e Covid-19. Além disso, destaca-se que a Telemedicina também tem se mostrado uma ferramenta com potencial para ampliar e modernizar o cuidado em Saúde.