Mortes por lesões de trânsito somam mais de 60 mil em dois anos

Entre 2019 e 2020, o número total de óbitos por Lesões de Trânsito (LT) foi de 64.661 mil. Ao tratar da condição da vítima, houve aumento de 7,1% dos óbitos por LT entre motociclistas. Em contrapartida, houve redução dos óbitos entre pedestres (-10,4%), ocupantes de veículos (-4,1%) e ciclistas (-0,4%). Contudo, os óbitos por LT – quando a condição da vítima não foi especificada – apresentaram aumento de 17,6%

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Entre 2019 e 2020, o número total de óbitos por Lesões de Trânsito (LT) foi de 64.661 mil. Ao tratar da condição da vítima, houve aumento de 7,1% dos óbitos por LT entre motociclistas. Em contrapartida, houve redução dos óbitos entre pedestres (-10,4%), ocupantes de veículos (-4,1%) e ciclistas (-0,4%). Contudo, os óbitos por LT – quando a condição da vítima não foi especificada – apresentaram aumento de 17,6%.

Conforme boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2019, o Brasil apresentou taxa de mortalidade por LT de 14,4 por 100 mil habitantes. As maiores taxas foram observadas no Tocantins, Mato Grosso e Piauí, com risco de morte variando de 26,1 a 28,7 óbitos/100 mil habitantes.

E apenas nove unidades da Federação (UF) registraram taxas inferiores à média nacional, como Rio de Janeiro, com 7,9 óbitos/100 mil habitantes; Distrito Federal, São Paulo e Amazonas, com 10,4 óbitos/100 mil habitantes cada; e Amapá, com 10,9 óbitos/100 mil habitantes.

Os estados do Piauí, com 17,7/100 mil habitantes; Tocantins, com 13,9/100 mil habitantes; e Mato Grosso, com 11,2/100 mil habitantes, apresentaram as maiores taxas de mortalidade por LT entre os motociclistas.

Em relação aos ocupantes de veículos, as maiores taxas foram observadas no Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Já entre os pedestres, os maiores riscos de morte por LT foram observados nos estados do Paraná (3,7/100 mil), Amazonas (3,2/100 mil) e Santa Catarina (3,1/100 mil).

Outras análises

Já no ano seguinte, 10 unidades da Federação registraram taxas de mortalidade por LT inferiores à nacional, sendo a menor registrada no Amapá, com 9/100 mil habitantes, e a maior em Mato Grosso, com 30,4/100 mil habitantes.

Segundo a condição da vítima, entre os motociclistas, o Piauí apresentou a maior taxa, com 18,3/100 mil habitantes; e a menor foi no Rio de Janeiro, com 2,2/100 mil habitantes. Entre os ocupantes de veículos, o Paraná apresentou o maior risco de morte, com 7,7/100 mil habitantes, seguido por Roraima, com 7,6/100 mil habitantes, e Mato Grosso, com 7/100 mil habitantes.

Já entre os pedestres, Paraná, Maranhão e Amazonas registraram as maiores taxas (próximas de 3/100 mil). Santa Catarina apresentou a maior taxa de mortalidade entre os ciclistas para os dois anos; em 2019, o Mato Grosso do Sul teve a menor, com 1,4/100 mil habitantes e, em 2020, Tocantins e Rondônia, com 1,3/100 mil habitantes cada.

Nacionalmente, observou-se um aumento de 2,3% das taxas de mortalidade por LT. Rio de Janeiro e Mato Grosso foram os estados que apresentaram as maiores variações percentuais,

de 26% e 12,5%, respectivamente. Já o Amapá e o Acre apresentaram as maiores reduções.

Em relação à condição da vítima, o País apresentou redução na taxa de mortalidade entre ciclistas (-1,3%), pedestres (-11,9%) e ocupantes de veículos (-4,4%), mas registrou aumento na taxa entre motociclistas (6,6%).

As unidades da Federação que apresentaram as maiores reduções foram Paraíba (-57%) e Acre (-53,5%) entre ciclistas; Tocantins (-19%) e Goiás (-17%), entre motociclistas; Acre (57,9%) e Roraima (-55,2%), em relação aos pedestres; Acre (-54,6%) e Amapá (-40,5%),

para os ocupantes de veículos. Quando se analisa a condição da vítima não especificada, o Brasil apresentou aumento de 17,6% no número de óbitos no período, passando de 15,9% em 2019 para 18,2% em 2020.

Vale destacar a importância de se promover melhorias urbanas, por meio de investimentos, priorizando a segurança dos usuários mais vulneráveis. Também é necessário investir no serviço de atenção móvel pré-hospitalar de urgência, para que sejam capazes de atender as vítimas de trânsito em locais estratégicos, otimizando o cuidado.

Contexto

Segundo o Relatório Global da Organização Mundial de Saúde sobre o Estado de Segurança Viária, publicado em 2018, anualmente ocorrem mais de 1,35 milhão de óbitos por lesões de trânsito (LT) – em média, morre uma pessoa a cada 24 segundos. Representam a oitava causa de morte para todas as idades, e a principal para crianças e jovens entre 5 e 29 anos.

As principais vítimas fatais são pedestres, ciclistas e motociclistas, que juntos correspondem a mais da metade de todas as mortes no trânsito no mundo. O Brasil apresentou a terceira maior taxa de mortalidade por LT em 2016, com 19,7/100 mil habitantes, ficando atrás apenas da África do Sul e da Índia.

Com a pandemia, a demanda dos serviços de entrega por aplicativos realizados por motociclistas e ciclistas aumentou e, segundo dados da PNAD Contínua e da PNAD COVID-19, o crescimento foi de quase 1.000% entre 2016 e 2021 nesse setor.