São Paulo concentra maior número de casos suspeitos de hepatite aguda

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde traz uma preocupação que já vem sendo percebida aqui no Brasil – casos de hepatite aguda grave de etiologia a esclarecer (HAGEE) em crianças e adolescentes menores de 17 anos

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Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde traz uma preocupação que já vem sendo percebida aqui no Brasil – casos de hepatite aguda grave de etiologia a esclarecer (HAGEE) em crianças e adolescentes menores de 17 anos. Os primeiros registros foram notificados em alguns países – Reino Unido, Espanha, Israel e Estados Unidos – com um total de 169 casos, sendo que 17 precisaram de transplante de fígado e um evoluiu a óbito.

No Brasil, a primeira notificação ocorreu em 26 de abril e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) ativou, em 13 de maio, a sala de situação de HAGEE, com o objetivo de coordenar a resposta ao evento no País e organizar as ações de vigilância e assistência à Saúde. Os critérios brasileiros atuais classificam os casos notificados em suspeito, provável, descartado e inconclusivo.

Até 13 de setembro, foram notificados 233 casos de HAGEE, sendo que 111 (47,6%) atenderam inicialmente à definição de caso suspeito e 122 (52,4%) foram excluídos por não se enquadrarem na definição adotada. Entre os suspeitos, sete (6,4%) foram classificados como prováveis, 28 (25,2%) descartados, 38 (34,2%) classificados como inconclusivos e 38 (34,2%) em investigação.

O estado com o maior número de casos suspeitos é São Paulo, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, respectivamente. O Rio de Janeiro tem o maior número de casos prováveis (dois), depois o Distrito Federal, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará, com um caso cada.

Quando se observam os sinais e sintomas mais prevalentes, as crianças e os adolescentes suspeitos geralmente apresentaram icterícia, dor abdominal, vômito e febre, lembrando que o mesmo indivíduo pode ter mais de um sintoma. Entre abril e agosto, 13 (11,7%) necessitaram de transplantes, com seis casos em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, e um nos estados de Espírito Santo, Pernambuco e Rio de Janeiro, respectivamente.

Cenário mundial

Até hoje, o maior número de casos prováveis relatados no mundo foi identificado na região Europeia, com 484 casos (48% dos casos mundiais), seguida da região das Américas, com 435; do Pacífico Ocidental, com 70; do Sudoeste Asiático, com 19; e do Mediterrâneo Oriental, com dois casos.

No que se refere à realização de transplantes em crianças e adolescentes, esse procedimento foi identificado em duas regiões – das Américas, com 24 transplantes (52,2%), e da Europa, com 22 (47,8%). O maior número de óbitos foi observado na região das Américas, com 13 (59,1%), seguida do sudeste da Ásia, com seis (27,3%).