Sífilis: Brasil registra mais de um milhão de casos entre 2011 e 2021

De acordo com o mais recente boletim epidemiológico de Sífilis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, no período de 2011 a 2021, o Brasil registrou 1.035.942 casos de sífilis adquirida, 446.584 casos de sífilis em gestantes, 211.600 casos de sífilis congênita e 2.064 óbitos por sífilis congênita.

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De acordo com o mais recente boletim epidemiológico de Sífilis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, no período de 2011 a 2021, o Brasil registrou 1.035.942 casos de sífilis adquirida, 446.584 casos de sífilis em gestantes, 211.600 casos de sífilis congênita e 2.064 óbitos por sífilis congênita.

Somente no ano de 2021, foram notificados 167.523 casos de sífilis adquirida (78,5 casos por 100 mil habitantes), 74.095 casos de sífilis em gestantes (27,1 casos por 100 mil habitantes) e 27.019 casos de sífilis congênita (9,9 casos por 100 mil habitantes), além de 192 casos de óbitos por sífilis congênita.

Em 2021, a região Sudeste e Sul apresentaram taxas de detecção de sífilis em gestantes superiores, enquanto as taxas de sífilis congênita foram maiores na região Nordeste e Sudeste.

Entre as Unidades Federativas, o Rio de Janeiro apresentou a maior taxa de detecção de sífilis em gestantes (62,6 gestantes por mil nascidos vivos) e sífilis congênita (26 casos por mil nascidos vivos).

Já entre as capitais, o Rio de Janeiro, Porto Alegre e Rio Branco apresentaram as maiores taxas de sífilis em gestantes: 74,7, 68,6 e 63,7 gestantes com sífilis por mil nascidos vivos, respectivamente.

Sífilis adquirida

De acordo com o boletim, o período de 2011 a junho de 2022, foram notificados 1.115.529 casos de sífilis adquiridas. Até o ano de 2018, houve um aumento crescente e, a partir de então, as taxas ficaram estáveis, com exceção de 2020, quando o impacto da pandemia de Covid-19 fez a taxa declinar. Em 2021, entretanto, voltou a patamares pré-pandemia, com 78,5 casos por 100 mil habitantes.

Em 2021, o número total de casos no País foi de 167.523, sendo 79.046 (47,2%) na região Sudeste, 35.061 (20,9%) na região Sul, 27.274 (16,3%) na região Nordeste, 13.568 (8,1%) na região Norte e 12.574 (7,5%) na região Centro-Oeste.

Onze estados apresentaram taxas de detecção superiores à nacional, com destaque para Santa Catarina (162,7 casos por mil habitantes). Com relação às capitais, sete apresentaram taxa de detecção menores que a nacional: João Pessoa, Brasília, Fortaleza, Teresina, São Luís, Belém e Maceió.

A maior parte dos casos aconteceu em indivíduos do sexo masculino (60,6%) e nas faixas etárias de 20 a 29 anos (35,6%) e 30 e 39 anos (22,3%). No caso de adolescentes entre 13 e 19 anos, os casos de sífilis adquirida aumentaram 2,2 vezes de 2015 a 2021.

Entre todas as faixas etárias, as taxas de detecção apresentaram aumento crescente até 2018, seguido de estabilidade nos indivíduos com idade maior ou igual a 40 anos em 2019. Em 2021, a taxa de detecção aumentou em todas as faixas etárias, atingindo 189,8 casos por 100 mil habitantes entre indivíduos de 20 a 29 anos e 110,8 casos por 100 mil habitantes entre indivíduos de 30 a 39 anos.

Sífilis em gestantes

Entre 2005 e junho de 2022, foram notificados 535.034 casos de sífilis em gestantes. Do total de casos, 45,3% eram residentes da região Sudeste, 21,4% da região Nordeste, 14,6% da região Sul, 10,3% da região Norte e 8,4% da região Centro-Oeste.

Entre as gestantes com sífilis, entre 2011 e 2021 houve um crescimento contínuo de casos, porém com menor velocidade nos últimos quatro anos. Entre 2011 e 2017, o número de casos cresceu 3,6 vezes. Nos anos seguintes, o aumento médio anual foi de 1,1 vez.

De acordo com o boletim, somente em 2021 foram registrados 74.095 casos, dos quais 33.065 (44,6%) na região Sudeste, 16.728 (22,6%) no Nordeste, 10.571 (14,3%) no Sul, 8.011 (10,8%) no Norte e 5.720 (7,7%) no Centro-Oeste. No mesmo ano, o Brasil apresentou uma taxa de detecção de 27,1 casos de sífilis em gestantes por mil nascidos vivos.

Nas regiões Sudeste e Sul, as taxas observadas foram superiores à média nacional: 31,4 e 28,2 casos por mil nascidos vivos, respectivamente. Com relação aos estados, o Rio de Janeiro apresentou a taxa mais elevada em 2021, com 62,6 casos por mil nascidos vivos. Outros oito estados apresentaram taxa de detecção em gestantes acima da taxa nacional: Acre, Amapá, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Sergipe, Roraima e Amazonas.

Já a taxa mais baixa foi registrada no Espírito Santo, com 11,4 casos por mil nascidos vivos. Nas capitais, Belo Horizonte, Belém, Florianópolis, São Luís, Brasília e Teresina apresentaram taxas menores do que a média nacional.

Já em relação ao momento do diagnóstico de sífilis, em 2021, cerca de 63% das mulheres grávidas foram diagnosticadas no primeiro ou segundo trimestres de gestação – em tempo oportuno de evitar a transmissão vertical com tratamento adequado.

Sífilis congênita

O documento ainda aponta que, entre 1999 e junho de 2022, foram notificados 293.339 casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade. Na análise de 2011 a 2021, até 2018 a incidência cresceu, atingindo 9,1 casos por mil nascidos vivos – representando um aumento de 2,8 vezes entre 2011 e 2018. Entre 2018 e 2020, houve um declínio de 5,2% desses casos, porém, entre 2020 e 2021, ocorreu elevação de 14,5%.

Do total de casos entre 1999 e junho de 2022, 129.949 (44,3%) residiam na região Sudeste, 87.925 (29,9%) no Nordeste, 34.599 (11,8%) no Sul, 24.812 (8,5%) no Norte e 16.054 (5,5%) no Centro-Oeste. Somente em 2021, a incidência de casos foi de 9,9 por mil nascidos vivos. Acima da taxa nacional encontram-se o Sudeste (11,2 casos por mil nascidos vivos) e o Nordeste (10,4 casos por mil nascidos vivos).

Entre os estados, apresentaram um aumento expressivo nas taxas de incidência, entre 2020 e 2021: Roraima (135,6%), Amapá (92,5%), Acre (72,6%), Ceará (46,3%) e Espírito Santo (36,0%). Já Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Sergipe mostraram queda nas taxas.

Em 2021, apresentaram taxas de incidência de sífilis congênita superiores à taxa nacional: Rio de Janeiro, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará, Tocantins, Roraima e Espírito Santo. E dez capitais apresentaram taxa de incidência acima da média nacional, sendo elas: Porto Alegre, Recife, Natal, Rio de Janeiro, Fortaleza, Aracaju, Maceió, Macapá, Salvador e Florianópolis.

No mesmo ano, entre os casos de sífilis congênita, 25.243 (93,4%) nasceram vivos e, desse total, 24.252 (96,1%) foram diagnosticados na primeira semana de vida. Em toda a série histórica, 9,1% dos casos (26.711 ocorrências) apresentaram um desfecho desfavorável.

Em relação à faixa etária das mães de crianças com sífilis, 53,9% tinham entre 20 e 29 anos. Entre mães adolescentes (10 a 19 anos), houve um crescimento de três vezes (2.143 para 6.525 casos) entre 2011 e 2018, seguido de um declínio de 16% entre 2019 e 2021.

Quanto ao óbito de crianças por sífilis congênita, ocorreram 3.151 entre 1998 e 2021, sendo 1.375 (43,6%) na região Sudeste, 943 (29,9%) no Nordeste, 370 (11,7%) no Norte, 297 (9,5%) no Sul e 166 (5,3%) no Centro-Oeste.

Somente em 2021, 192 óbitos por sífilis foram registrados em crianças menores de um ano. Já no período de 2011 a 2021, houve um aumento de 84,6% no coeficiente de mortalidade infantil por sífilis no Brasil.