Warm up internacional debate uso de Telemedicina durante pandemia

Para apresentar as experiências em Telemedicina e Saúde Digital aplicadas ao redor do mundo, sobretudo com a ascensão dos recursos remotos durante a pandemia de Covid-19, em 16 de julho, a Associação Paulista de Medicina e o Transamerica Expo Center reuniram, em um warm up internacional e on-line, os principais expoentes da área

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Para apresentar as experiências em Telemedicina e Saúde Digital aplicadas ao redor do mundo, sobretudo com a ascensão dos recursos remotos durante a pandemia de Covid-19, em 16 de julho, a Associação Paulista de Medicina e o Transamerica Expo Center reuniram, em um warm up internacional e on-line, os principais expoentes da área. O evento serve de aquecimento para o Global Summit Telemedicine & Digital Health, que ocorre de 13 a 16 de outubro.

Um dos destaques da programação, o CEO da TeSo Telemedicine Solution, Dirk Peek, reiterou que as soluções móveis e as plataformas digitais têm contribuído para estabelecer uma verdadeira revolução nas relações sociais atuais.

“Os displays diminuem a distância entre o cuidado físico e o cuidado virtual. Em tempo real, os profissionais da saúde têm acesso imediato aos registros do paciente e podem rotear as comunicações, através de computadores portáteis”, exemplificou o holandês.

Peek, que é anestesista e especialista em dor, apresentou dados de um estudo que realizou sobre os custos em saúde com o aumento dos cuidados a distância. “Observamos diminuições de 185 a 355 dias de hospitalização, economizando de 2,5 a 5 trilhões de euros – são números significativos.”

Já Malcolm Fisk, pesquisador sênior da De Montfort University (Inglaterra), acredita que as mudanças tecnológicas rápidas, principalmente em serviços de telessaúde, são um dos grandes desafios hoje enfrentados no Reino Unido – e em outros países da Europa – com as novas leis e a transformação constante das funcionalidades digitais.

“Tivemos o uso inicial da telessaúde nas áreas de Radiologia e Dermatologia. Atualmente, é aplicada em muitos serviços porque cada vez mais especialistas têm a necessidade de usá-la. Está chegando cada vez mais perto da casa das pessoas”, informou o inglês.

“Ou seja, cada vez mais, os sistemas se unem; isso levanta questões, como de abordagens, se são apropriados e o papel dos trabalhadores no contexto tecnológico. Também pensamos na atitude e aptidão dos profissionais, levando em conta as novas habilidades requeridas para esses cuidados”, completou.

Com a Covid-19 e a política sanitária de isolamento social para conter o avanço transmissível do vírus, ele relatou que o uso do recurso foi ampliado em seu país, com a necessidade de médicos e profissionais de saúde pensarem e agirem rapidamente na mudança de forma e protocolos de trabalho.

“Aplicativos em celulares tornaram mais acessíveis os serviços de saúde e, concomitantemente, houve o aumento na necessidade das demandas dos usuários”, reforçou Fisk, também membro do Painel de Especialistas que colaboram para estratégias em Saúde Digital da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Troca de experiência

O evento também debateu a legislação brasileira em relação à Telemedicina. Atualmente, enquanto durar a crise de Covid-19, regulamentam o seu uso no País a Lei 13.989/2020, a Portaria do Ministério da Saúde 467/2020 e o Ofício do Conselho Federal de Medicina 1.756/2020.

Nesse sentido, a lei estabelece que deve ser considerado “o exercício da Medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde”. E os médicos ainda estão autorizados a emitir atestados ou receitas desde que assinem os documentos eletronicamente.

Claudia Bartz, advogada americana especialista em Saúde, Telessaúde e Enfermagem, falou sobre o tema. “Em primeiro lugar, vejo um grande avanço na legislação brasileira. Em segundo lugar, há bastante produção literária sobre tele-enfermagem. Podemos inclusive dar sugestões de como os profissionais podem atuar com essas ferramentas. Conheço algumas enfermeiras no Brasil que defendem o atendimento remoto e a educação em telessaúde.”

Educação e convergência

Por fim, o secretário executivo da International Society for Telemedicine and eHealth na Bélgica, Frank Lievens, reiterou que a educação ainda é o fator preponderante para compreender a Telemedicina. Ele acredita que a convergência das tecnologias digitais aumenta a eficiência e a entrega dos cuidados em saúde.

“Todas as teles estão relacionadas, mas têm trabalhado um pouco separadas, penso que deveriam estar juntas. A saúde digital vai trazer tudo mais para perto porque está em todos os lugares, influenciando todo o sistema de saúde. [Sua aplicação] ajuda no tratamento e apoia estilos de vida, saúde, ensino, ética, padrões etc.”, destacou Lievens, também diretor executivo da Lievens-Lanckman BVBA (Bélgica) e da Akromed France.

Para ele, a pandemia revelou mais uma vez a necessidade de cooperação internacional e colaboração de todas as áreas médicas. “E a educação é o único jeito de avançar e trazer os benefícios para a ciência e informação, deixando-as disponíveis para todos”, concluiu.

O evento foi mediado pelo presidente do Conselho Curador do GS, Jefferson Gomes Fernandes.