A nutrição e a saúde da mulher

No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data simboliza a luta histórica das mulheres contra a violência e o preconceito e a favor da igualdade de direitos. Há diversas versões sobre a origem dessa data: uma delas é que nesse dia, em 1917, aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o czar Nicolau II da Rússia; outra versão faz menção à tragédia ocorrida no dia 25 de março de 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas em uma fábrica têxtil de Nova York em razão das más condições de trabalho no local

O que diz a mídia

No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data simboliza a luta histórica das mulheres contra a violência e o preconceito e a favor da igualdade de direitos. Há diversas versões sobre a origem dessa data: uma delas é que nesse dia, em 1917, aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o czar Nicolau II da Rússia; outra versão faz menção à tragédia ocorrida no dia 25 de março de 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas em uma fábrica
têxtil de Nova York em razão das más condições de trabalho no local.

A desigualdade que percebemos na sociedade também se reflete na saúde da mulher. Algumas doenças e condições são mais comuns no sexo feminino, tanto pela diferença biológica, fisiológica e anatômica quanto na cobrança pela sociedade. Temos que ser independentes, boas mães, donas de casa exemplares, amantes, profissionais qualificadas, ter corpo perfeito e cabelo arrumado (ufa!). O exemplo é o caso da atriz Paolla Oliveira, que durante os ensaios para o desfile de carnaval foi criticada por estar com uma “barriguinha”. A atriz respondeu aos seguidores que não estava grávida e se via muito satisfeita com o corpo, além de alertá-los sobre o perigo das críticas para a saúde mental das mulheres.

Esse é o preço que a sociedade nos cobra, cotidianamente, para nos aprovar, como seres humanos, o que vem abalando a nossa saúde mental. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres apresenta algum tipo de transtorno mental, sendo a depressão uma delas, atingindo mais que o dobro de mulheres em relação aos homens.

Por isso, é necessário incluir em nossa alimentação nutrientes que possam combater o estresse, melhorar o sono e reforçar a memória, como o ômega 3 —um tipo de gordura poli-insaturada com ação anti-inflamatória, originados de peixes de água fria, que tem se mostrado importante na saúde das células do sistema nervoso. O nutriente participa de processos como maior flui- dez da membrana dos neurônios e geração de novas células. Já o triptofano, um aminoácido essencial (ou seja, que não é produzido pelo corpo) encontrado em alguns grãos, vai atuar na produção de proteínas e neurotransmissores como a dopamina, que é conhecida como um dos hormônios da felicidade e, quando liberada, provoca a sensação de prazer, satisfação e aumenta a motivação; a serotonina, outro hormônio da felicidade, responsável pela regulagem do ritmo cardíaco, do sono, do apetite, do humor, da memória e da temperatura do corpo; e a melatonina, hormônio responsável por regular o nosso relógio biológico, avisando ao corpo quando é hora de dormir e quando é hora de acordar.

As vitaminas do complexo B, em especial a vitamina B12, encontradas em leve- do de cerveja, fígado, grãos de cereais integrais, arroz, nozes, leite, ovos, carnes, peixe, frutas e hortaliças verdes, ajudam a manter a saúde neurológica. Além de tudo isso, essas vitaminas também estão envolvidas com a produção de energia para o corpo, pois são nutrientes essenciais que ajudam a converter os alimentos que ingerimos em combustível. Com esse importante papel, as chamadas vitaminas do complexo B podem ser úteis em casos de depressão e doenças neurológicas.

Também o padrão alimentar, e não apenas os nutrientes isolados, é o que de fato pode ter efeito no aumento ou na redução dos sintomas. Evidências científicas apontam que dietas inflamatórias, ricas em ultraprocessados, açúcar, carboidratos refinados, gorduras saturadas e trans, álcool, embutidos, refrigerantes e, para algumas pessoas, glúten e laticínios, parecem contribuir para a piora dos sintomas depressivos, ao passo que a dieta mediterrânea, rica em frutas, hortaliças, cereais, leguminosas, peixes, leite e derivados, vinho e azeite de oliva mostram ser a melhor estratégia para a saúde mental.

Fonte: O Globo/Priscilla Primi