Hospitais de SP veem alta de pacientes com sinais de gripe

Nas últimas três semanas, serviços de saúde de São Paulo têm detectado um crescimento na circulação dos vírus influenza, como o H3N2 e o H1N1.

O que diz a mídia

Nas últimas três semanas, serviços de saúde de São Paulo têm detectado um crescimento na circulação dos vírus influenza, como o H3N2 e o H1N1. Os relatos também aparecem em grupos de WhatsApp voltados para a comunicação entre pais de alunos de escolas da capital paulista.

Nos últimos dez dias, o Hospital Santa Catarina Paulista observou um crescimento de 18% no número de atendimentos no pronto-socorro infantil, em comparação com os primeiros dez dias de setembro.

Nesta terça-feira, 20 pacientes pediátricos se encontravam internados com quadro de síndromes respiratórias causadas por infecções, cinco deles nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Já o Hospital Sírio-Libanês informou que, nos últimos 15 dias, o número de pacientes com sintomas gripais que passaram pelo pronto atendimento aumentou 50%.

Na última semana, o Hospital Infantil Sabará registrou que a cada 100 testes de influenza realizados, 33 tiveram resultados positivos. Há três semanas, os positivos correspondiam a 15% dos resultados.
Em um período anterior a esse, a instituição informou que registrava uma média de 10%.

O infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Sabará, afirma que a alta dos casos que tem sido sentida nos prontos-socorros nas últimas semanas pode ser resultado de uma combinação de fatores que incluem as baixas taxas de cobertura vacinal contra a gripe. De acordo com ele, as metas de cobertura não são atingidas desde o ano de 2020. “De uma forma geral no Brasil, a cobertura ficou em torno de 60% (a meta fixada para este ano foi de 90%), então tem um número muito grande de pessoas não vacinadas e, na hora que o vírus começa a circular, ele encontra uma população desprotegida.”

Outra situação que pode influenciar na maior circulação do vírus, de acordo com Francisco Ivanildo, é o período de frio que tem se estendido neste ano. Com as temperaturas mais baixas, as pessoas tendem a permanecer em ambientes com portas e janelas fechadas, o que impede a circulação do ar e facilita a transmissão de infecções respiratórias.

MÁSCARA

O terceiro fator pode ser o fim da obrigatoriedade de máscaras. No transporte público, elas deixaram de ser exigidas há duas semanas, e com a decisão só são obrigatórias em estabelecimentos de saúde como clínicas e hospitais.

“A transmissão dos vírus da influenza acontece da mesma forma que a transmissão da covid-19. Na hora que eu previno a covid-19, eu previno outras infecções respiratórias. Quando eu libero a máscara, a chance de acontecer a transmissão aumenta”, esclarece.

Fonte: O Estado de S.Paulo