Monkeypox pode ser transmitida mesmo sem sintomas

Novo estudo britânico mostra que há risco de infecção começar quatro dias antes de os primeiros sinais da doença aparecerem.

O que diz a mídia

Novo estudo britânico mostra que há risco de infecção começar quatro dias antes de os primeiros sinais da doença aparecerem.

Cientistas da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) realizaram um estudo mostrando que pacientes com a varíola dos macacos podem transmitiro vírus até quatro dias antes que os primeiros sintomas apareçam. Eles estimam que mais da metade dos casos no Reino Unido até o momento, que afetou predominantemente homens que fazem sexo com outros homens (HSH), ocorreram dessa maneira.

O estudo, publicado no British Medicai Journal, incluiu 2.746 pessoas que testaram positivo para monkeypox no Reino Unido. Os pacientes tinham em média 38 anos e mais de 95% deles eram homens.

Os pesquisadores analisaram o tempo que levou desde quando os sintomas ocorreram no primeiro paciente até os sinais se desenvolverem em um contato, como um amigo próximo. Eles também analisaram o período de incubação, ou seja, o tempo desdeaexposiçào ao vírus até o início dos sintomas.

A equipe descobriu que levava, em média, quase oito dias para os sinais da doença aparecerem depois que o paciente foi exposto aos sintomas pela primeira vez, mas muitos contatos foram infectados bem antes dessas primeiras manifestações.

“Quatro dias foi o tempo máximo que a transmissão foi detectada antes que os sintomas se manifestassem”, escreveram os autores. O resultado levanta questões urgentes sobre as estratégias atuais para conter o vírus.

Cerca de 3.700 casos foram registrados desde maio no Reino Unido. Embora o vírus possa infectar qualquer pessoa, a esmagadora maioria dos casos ocorreu em homens que fazem sexo com outros homens.

No ápice da doença, em ju- lhodeste ano, os casos atingiram o pico de mais de 60 infectados por dia, mas vem caindo desde então, com me- nos de 15 casos por dia em média no início de setembro.

Especialista atribuem a queda à vacinação em massa que imunizou mais de 50 mil pessoas entre pacientes e profissionais da saúde. Além do isolamento que os contatos próximos dos infectados com o vírus são instruídos a fazer por até 21 dias.

NO BRASIL

Surtos semelhantes surgiram na Europa Ocidental, EUA e no Brasil. Segundo último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o país registra mais de 9 mil casos da doença, com oito óbitos —três em Minas, três no Rio e dois em são Paulo — se tornando o país com mais mortes pelo vírus no mundo e o segundo lugar em casos, atrás apenas dos EUA.

Fonte: O Globo