Vacina contra a gripe chega à rede privada de laboratórios em abril

Clínicas particulares de todo o País já se preparam para a vacinação contra a gripe

O que diz a mídia

Clínicas particulares de todo o País já se preparam para a vacinação contra a gripe. A expectativa é de que, até o início de abril, todos os laboratórios privados brasileiros tenham a imunização tetravalente disponível para a população acima de 6 meses. Na rede pública, será ofertada a versão trivalente para grupos prioritários.
A imunização realizada pelo governo tem início pela Região Norte do Brasil ainda neste mês. No restante do País, somente em abril. “A vacinação contra a gripe se tornou uma barreira e cuidado muito importante para as pessoas não ficarem doentes. É a melhor ferramenta de que a ciência dispõe no combate a doenças infecciosas como a gripe, que é grave, sistêmica e afeta diretamente a qualidade de vida da população”, afirma Fabiana Funk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC). Na esteira da influenza, destaca ela, vêm outras doenças que podem ser potencialmente graves, o que pode sobrecarregar os sistemas público e privado de saúde.
A gripe pode levar a consequências graves, principalmente na população acima de 60 anos, pois com o envelhecimento o sistema imune passa por um processo natural de enfraquecimento, chamado imunossenescência.
“Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, o organismo fica mais suscetível a algumas doenças e infecções e pode também ocorrer diminuição da resposta vacinal. Como exemplo, um estudo demonstrou que idosos permaneceram com maior risco de AVC até dois meses após uma infecção pelo vírus influenza, o da gripe. Além disso, pessoas com mais de 65 anos representam nove em dez óbitos e 63% das hospitalizações relacionadas à doença”, afirma Fabiana.

REDE PÚBLICA

A vacinação contra a gripe começará primeiro nos Estados do Norte.
Conforme o Ministério da Saúde, a região receberá 6,5 milhões de doses, que já começaram a ser distribuídas. “A antecipação ocorre por uma especificidade da região Norte, que enfrenta um período intenso de chuvas a partir de abril e, consequentemente, um aumento dos casos de influenza deste mês em diante. Além disso, a região também tem mais áreas de difícil acesso, o que requer uma logística de vacinação mais complexa”, afirma o Ministério da Saúde.
A previsão é de que no restante do País a vacina comece a ser aplicada em abril. A campanha é realizada antes da chegada do inverno, quando as baixas temperaturas levam ao aumento nos casos de doenças respiratórias. A composição da vacina trivalente muda a cada ano, de acordo com as cepas do vírus que mais circulam no momento, informadas nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para 2023, o imunizante é composto por duas cepas da Influenza A e uma da B.

REDE PRIVADA

Todas as pessoas acima de 6 meses podem se vacinar na rede privada com a quadrivalente ( que protege contra duas cepas de Influenza B e duas do Influenza A).
“Todas as pessoas que pertençam aos grupos prioritários, idosos, pessoas com comorbidades, podem se vacinar na rede pública com a vacina trivalente, mas isso não impede que estas pessoas optem por tomar a quadrivalente na rede privada. Mas quem não faz parte dos grupos contemplados encontra ampla oferta na rede privada de vacinação”, afirma Fabiana, da ABCVAC.
“Há ainda uma forte presença na vacinação empresarial, já que o Brasil possui ao menos 30 mil empresas com mais de 100 funcionários e isso totaliza 30 milhões para se vacinarem diretamente no mercado privado”, diz ela. E há um outro ponto importante: Crianças com idades entre 6 meses e 8 anos 11 meses e 29 dias que nunca tomaram a vacina contra gripe, ou seja, em sua primeira vacinação, deverão tomar duas doses com intervalo de um mês entre elas.

FAKE

Nos últimos dias, surgiram publicações ligando as vacinas de covid e gripe. São falsas.
“Quando começamos a divulgar a campanha de vacinação, chegaram muitas fake news, dizendo que dentro da vacina da gripe há componente bivalente contra a covid-19.
Existem pesquisas ainda em fase inicial, pois vários laboratórios estão estudando esta possibilidade de fazer uma vacinação conjunta, mas isso ainda não está acontecendo”, diz a presidente da ABCVAC.

Fontes: O Estado de S. Paulo / Renata Okumura