Brasil teve quase 2,5 mil notificações de sarampo este ano

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado recentemente mostra o atual cenário do sarampo no Brasil. Entre as SEs 1 e 38 (2/1/2022 a 28/9/2022) foram notificados 2.426 casos suspeitos de sarampo. Desses, 43 (1,8%) foram confirmados, sendo 42 (97,7%) por critério laboratorial. Foram descartados 2.196 (90,5%) registros e permanecem em investigação 187 (7,7%)

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Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado recentemente mostra o atual cenário do sarampo no Brasil. Entre as SEs 1 e 38 (2/1/2022 a 28/9/2022) foram notificados 2.426 casos suspeitos de sarampo. Desses, 43 (1,8%) foram confirmados, sendo 42 (97,7%) por critério laboratorial. Foram descartados 2.196 (90,5%) registros e permanecem em investigação 187 (7,7%).

Observa-se maior confirmação de casos entre as semanas epidemiológicas 13 e 20 (27 de março a 21 de maio de 2022) e, a partir da SE 19, expressivo número de casos suspeitos permanece pendente de encerramento. No período avaliado (entre as SEs 1 e 38), continuam com casos confirmados de sarampo os estados do Amapá, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, totalizando ocorrência de casos em 11 municípios. O estado do Amapá segue na frente, com 31 confirmados (72,1%). 

Do total de casos de sarampo que permanecem em investigação, 68 (36,4%) concentram-se no estado de São Paulo, seguido de Minas Gerais, 28 (15,0%), Bahia 22 (11,8%) e Pernambuco 14 (7,5%).

Apenas 13 estados realizaram o encerramento de todos os casos notificados de sarampo: Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Distrito Federal, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás. Não ocorreram óbitos por sarampo no período.

Crianças de um a quatro anos de idade apresentam o maior número de casos confirmados (17), com coeficiente de incidência de 1,67 caso por 100 mil habitantes e, ainda nessa faixa etária, a maior ocorrência se deu no sexo masculino, com 11 casos (45,8%). Quando verificada a maior incidência, é observada nas crianças de seis a 11 meses, com 11,05 casos por 100 mil habitantes.

Nas faixas etárias definidas nas estratégias de vacinação realizadas em 2019 e 2020, a maior incidência foi observada no grupo etário de menores de 5 anos, com 3,07 casos por 100 mil habitantes. Em geral, na distribuição por sexo, o maior número de casos foi registrado entre pessoas do sexo masculino, com 24 (55,8%).

Histórico

Após os últimos casos da doença em 2015, o Brasil recebeu em 2016 a certificação da eliminação do vírus – isso porque naquele ano e no seguinte não foram confirmados registros de sarampo. Em contrapartida, em 2018 foram confirmados 9.325 casos e, um ano depois, o País perdeu a certificação com a confirmação de 20.901 registros da doença. Em 2020, foram confirmados 8.100 casos, enquanto no ano seguinte foram 676.

O sarampo é uma doença viral aguda e extremamente grave, principalmente em crianças menores de 5 anos, pessoas desnutridas e imunodeprimidas. A transmissão do vírus ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar próximo das pessoas sem imunidade contra o sarampo. Além disso, o contágio também pode ocorrer pela dispersão de aerossóis com partículas virais no ar em ambientes fechados, como escolas, creches, clínicas, entre outros.