Centenário da Semana de Arte Moderna: Pinacoteca da APM tem obras de artistas do movimento

Entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, o Theatro Municipal de São Paulo foi sede de um dos eventos mais marcantes da história social e cultural da cidade e do País: a Semana de Arte Moderna. Organizado por um grupo de intelectuais e artistas após cem anos da Independência, a ocasião vive, agora, o seu próprio centenário.

Últimas notícias

Entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, o Theatro Municipal de São Paulo foi sede de um dos eventos mais marcantes da história social e cultural da cidade e do País: a Semana de Arte Moderna. Organizado por um grupo de intelectuais e artistas após cem anos da Independência, a ocasião vive, agora, o seu próprio centenário.

A Semana – que contou com mais de 100 obras expostas, além de apresentações de música e literatura – foi um divisor de águas para a produção cultural local. Os artistas se inspiraram, majoritariamente, nas vanguardas europeias, efervescidas após o fim da Primeira Guerra Mundial.

O grupo propunha o rompimento com a arte acadêmica que vigorava e pregava compromisso com a independência cultural, lutando pela valorização de uma arte mais brasileira. Da Semana, surgiram novos grupos, artistas e publicações extremamente relevantes para a cultura paulista e brasileira.

Segundo Cleusa Cascaes Dias, diretora Cultural adjunta da Associação Paulista de Medicina, o evento foi muito libertador para o Brasil, separando a arte local da produção hegemônica da época, com impacto não somente nas artes plásticas, mas também na literatura e na música. “É um privilégio termos três obras na Pinacoteca da APM de referências do modernismo brasileiro”, afirma a diretora, referindo-se às obras de Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, entre outros grandes artistas, que estão na sede da Associação e podem ser visitadas.

APM e as artes
A Associação Paulista de Medicina sempre foi muito próxima dos produtores culturais paulistas e o modernismo propagado com a Semana de 22 se faz presente no acervo da instituição. A ligação remonta à primeira sede da APM, no histórico Edifício Martinelli, especialmente decorada pelo arquiteto modernista Gregori Warchavchik.

“Quando inauguramos a atual sede na Av. Brigadeiro Luís Antônio, os médicos da época eram muito ligados às artes plásticas. Sempre faziam reuniões e convidavam críticos de arte. Assim, foram montando esse maravilhoso acervo modernista. Uma iniciativa fruto única e exclusivamente da sensibilidade daqueles médicos, em especial Ernesto Mendes”, conta Guido Arturo Palomba, diretor Cultural da APM.

Foi iniciativa de Mendes, por exemplo, já na década de 1950, um rateio entre médicos para comprar quadros. Outros chegaram por doações. “Por isso, temos peças importantíssimas desses artistas. E no desenvolvimento da Pinacoteca, chegaram obras de muitos que se influenciaram pelo movimento modernista, como Lasar Segall, Candido Portinari e Flávio de Carvalho”, relata Palomba.

Visite as obras na Pinacoteca da APM
O local está aberto à visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e fica no 8º andar da sede da Associação Paulista de Medicina, na Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 (Bela Vista – São Paulo/SP).

O acervo é dividido em dois espaços: a Sala Modernista e a Sala Contemporânea. Mais informações em: (11) 3188-4304 ou pinacoteca@apm.org.br.

Confira informações sobre os quadros modernistas na Pinacoteca:

anita malfatti_o batizado

O Batizado, 40,6 x 55,7 cm, óleo sobre tela, 1940
Anita Malfatti: foi a artista com maior representação individual na Semana de 22, com 12 telas a óleo e oito peças entre gravuras e desenhos.

di cavalcanti_maternidade

Maternidade, 93 x 73,5 cm, óleo sobre tela, 1942
Di Cavalcanti: além de apresentar 11 telas no hall do Theatro Municipal, o pintor carioca foi responsável por ilustrar as capas do programa do evento e do catálogo da exposição de artes visuais.

tarsila

Procissão, 50 x 65 cm, óleo sobre tela, 1941
Tarsila do Amaral: Apesar de não ter participado diretamente da Semana de 22, foi uma importante artista plástica brasileira do movimento modernista. Junto à Anita Malfatti, ficou conhecida como uma das mais relevantes pintoras da primeira fase do movimento. E, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, inaugurou o movimento denominado “Antropofagia”.

*Com informações da BBC News