Dados do Ministério da Saúde apontam aumento dos casos de tuberculose

O último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde indica que foram registradas 73.672 novas notificações de tuberculose no Brasil de janeiro de 2018 a dezembro de 2021

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O último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde indica que foram registradas 73.672 novas notificações de tuberculose no Brasil de janeiro de 2018 a dezembro de 2021. Os números demonstram que 72.329 (98,1%) são de casos novos; 807 (1,1%) de reingresso após abandono; 71 (0,4%) de reexposição à doença; 261 (0,4%) reentrada após mudança de esquema; e 4 (0,0%) correspondem à reentrada após suspensão por condição clínica desfavorável ao tratamento.

De acordo com as informações do Boletim, nota-se que no segundo trimestre de 2020 a doença sofreu uma queda nos registros, representando 35% a menos que em 2019. Em relação ao primeiro trimestre de 2021, o cenário também foi de queda, de cerca de 7% se comparado com o mesmo período no ano anterior – que corresponde ao momento em que a pandemia do novo coronavírus passou a ganhar força no Brasil.

O Sudeste é a região com a maior incidência de casos, totalizando 41.563 (56,4%) notificações entre o período analisado de 2018 a 2021. Em seguida, está o Nordeste, com 14.653 (19,9%) registros. Além disso, a análise da pasta demonstra que está havendo um avanço progressivo em relação ao tratamento da tuberculose nas diferentes unidades federativas.

Todavia, em 2021 todas as unidades federativas apresentaram notificações de novos casos da doença, sendo que os maiores números estão nos estados de São Paulo (27.544; 37,4%), Rio de Janeiro (6.772; 9,2%), Pernambuco (5.139; 7,0%), Rio Grande do Sul (4.472; 6,1%) e Paraná (4.144; 5,6%).

População afetada e tratamento

A ocorrência de casos no sexo feminino foi de 7.120 (18,1%) entre pessoas de 45 a 54 anos, enquanto para o sexo masculino os registros foram de 5.968 (17,4%) entre homens de entre 35 a 44 anos. Houve uma grande prevalência no tratamento da tuberculose entre pessoas negras, totalizando 1.677 (59,0%) em 2018, 12.187 (55,9%) em 2019, 12.642 (55,1%) em 2020 e 14.663 (56,2%) em 2021.

O tratamento da infecção por grupo engloba 42.254 (57,4%) notificações para pessoas com tuberculose, 11.979 (16,3%) para pessoas com HIV e 11.054 (15,0%) indivíduos em terapia imunossupressora. Houve um registro de 35.855 (48,7%) casos que realizaram o tratamento completo, 26.975 (36,6%) sem preenchimento, 9.267 (12,6%) abandonaram o tratamento e 889 (1,2%) tiveram o tratamento suspenso por conta de reação adversa.

A incidência da infecção por tuberculose também teve uma prevalência considerável em gestantes. Durante os anos analisados, foram notificadas 228 gestantes que estavam em tratamento, sendo que 47 (20,6%) também testaram positivo para HIV. Das mulheres grávidas infectadas, 81 (35,5%) delas não realizaram o exame de detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV), enquanto outras 96 (42,1%) demonstraram ser HIV negativas. Em relação à raça/cor, 144 (63,2%) são autodeclaradas como pretas.

Em relação ao tratamento da infecção, no ano de 2021, cerca de 24.224 pacientes (92,8%) utilizaram isoniazida, 1.547 (5,9%) rifampicina e 334 (1,3%) rifapentina associada à isoniazida.

O monitoramento pelo Ministério da Saúde permite a identificação de novos casos, possibilitando o alcance de medidas mais efetivas para os tratamentos e reduzindo casos de tuberculose ativa na população.