A Diretoria de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM) e os representantes da 1ª Distrital da entidade se reuniram na última segunda-feira, 5 de julho, para discutir a situação dos médicos da região na saúde suplementar. Esse é mais um encontro com os profissionais fora da capital a fim de alinhar as demandas e debater novas estratégias de valorização.
“Essa atuação é um desejo da Diretoria da APM. Quando vamos ao interior, vemos muitos médicos mal remunerados, vinculados a operadoras que não realizam negociações e oferecem contratos de trabalho precárias, muitas vezes informais. Nos deparamos, inclusive, com locais em que os profissionais não recebem há meses”, explicou Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da Associação.
Em relação aos médicos dos serviços públicos, ele lembrou que muitas vezes quem atua nas prefeituras locais ou nas Santas Casas são contratados por Organizações Sociais que terceirizam – ou até quarteirizam – a prestação de atendimento. “De tal modo que, por vezes, os colegas ficam sem receber e não sabem com quem podem tratar.”
Outro ponto de grande preocupação, segundo Marun Cury, é a expansão de operadoras de planos de saúde que verticalizam todo o atendimento. “Tivemos acesso a um documento da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) que mostra os planos de expansão dessas empresas pelo interior. Eles cobram barato da população, mas remuneram muito mal o médico e exigem até oito consultas por hora. É impossível existir um atendimento de qualidade dessa maneira”, alertou.
Diagnóstico de situação
Diante desse cenário, Marun Cury ressaltou que é preciso que as diferentes Regionais e Distritais da APM atuem para conseguir tomar decisões locais em prol dos médicos. Para tanto, ele sugere a organização de pesquisas com os profissionais de cada região. “Com isso, vocês estarão munidos de informações para sentar com as operadoras.”
Fabiana Santos Fonseca, presidente da APM Guarulhos, comentou que em sua cidade os médicos estão sendo obrigados a adquirirem um percentual nas empresas para poderem trabalhar dando atendimento e plantão. “Eles viram acionistas com 1% e muitas vezes nem recebem.”
Segundo Marun Cury, essa prática chamada sociedade por participação de cotas está aumentando nos últimos meses como maneira de fugir da responsabilidade do contrato CLT.
O diretor da APM também comentou que, a exemplo do que a APM está fazendo em São Paulo, a AMB está estimulando todas as Federadas a terem Comissões Estaduais de Negociação.
“Essas comissões, por sua vez, estão estimulando as cidades do interior a também montarem grupos. Assim, na saúde suplementar, saberão que os médicos estão organizados e ficará mais fácil para conquistarmos melhorias e valorização do trabalho.”
Também participaram da reunião João Eduardo Charles, diretor da 1ª Distrital; Michael Gerbara, representando a APM Osasco; Newton Ota Takashima, presidente da APM Santo André; Thereza Christina Machado de Godoy, presidente da APM São Bernardo do Campo e Diadema; Julio Abdala Calil, presidente da APM São Caetano do Sul; e Maria Cristina Abrão Aued Perin, presidente da APM Suzano.
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