Ministério da Saúde publica mapeamento da Doença de Chagas

Entre 2015 e 2019, foram registrados 1.754 casos agudos da doença de Chagas no Brasil, concentrados sobretudo em municípios paraenses, como Breves (196 ocorrências), Belém (161), Abaetetuba (151), Cametá (101), Barcarena (85), Limoeiro do Ajuru (73) e Igarapé-Miri (64).

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Entre 2015 e 2019, foram registrados 1.754 casos agudos da doença de Chagas no Brasil, concentrados sobretudo em municípios paraenses, como Breves (196 ocorrências), Belém (161), Abaetetuba (151), Cametá (101), Barcarena (85), Limoeiro do Ajuru (73) e Igarapé-Miri (64).

Os números são do boletim epidemiológico “Territorialização e vulnerabilidade para doença de Chagas crônica”, publicado pelo Ministério da Saúde em ocasião do último 14 de abril, considerado como o dia mundial de combate à doença.

Segundo o documento, os municípios mais suscetíveis à doença de Chagas também são os que apresentam índices de vulnerabilidade social médio para alto. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o predomínio de casos se deu na faixa “Média”.

A contextualização dos casos nos territórios é fundamental para compreender, planejar e organizar os serviços de Saúde, afirma o Ministério. “É por meio do entendimento da ocorrência de eventos e das doenças, do reconhecimento e da caracterização do cenário epidemiológico em cada território, por meio das situações históricas, ambientais e sociais, que se torna possível avaliar e caracterizar a população e seus problemas de saúde, bem como os impactos dos serviços sobre os níveis de saúde dessa população”, diz o texto.

Doença de chagas
A condição está inserida no grupo de doenças tropicais negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentando elevada prevalência e expressiva carga de morbimortalidade, perpetuando um ciclo crítico de pobreza.

Trata-se de uma condição infecciosa crônica, cuja lógica de enfrentamento aproxima-se das doenças crônicas não transmissíveis, exigindo uma resposta social adequada dos sistemas nacionais a partir de suas redes de atenção.

Endêmica em 21 países americanos, a infecção pelo Trypanossoma cruzi (T. cruzi) acomete aproximadamente seis milhões de pessoas, com incidência anual de 30 mil casos novos no continente, ocasionando cerca de 14 mil mortes e 8 mil recém-nascidos infectados durante a gestação.

Estima-se que cerca de 70 milhões de pessoas vivem em áreas de exposição e correm o risco de contrair a doença. No Brasil, os índices apontam para um cenário com pelo menos um milhão de pessoas atualmente infectadas por T. cruzi.

Migrações humanas não controladas, degradação ambiental, alterações climáticas, maior concentração da população em áreas urbanas e precariedade de condições socioeconômicas inserem-se como determinantes e condicionantes sociais para a transmissão do T. cruzi ao homem.

O protozoário é transmitido pelos insetos conhecidos como triatomíneos. Atualmente, existem 66 espécies deles distribuídas em todo o território nacional. Todas são capazes de transmitir o T. cruzi, entretanto com níveis distintos de capacidade e competência vetorial.