Notificações de monkeypox no Brasil superam 22 mil casos

De acordo com o mais recente boletim epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, até a Semana Epidemiológica SE 35 (encerrada em 3 de setembro), 22.522 notificações para monkeypox foram registradas no Brasil, representando um aumento de 22% em relação à semana anterior.

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De acordo com o mais recente boletim epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, até a Semana Epidemiológica SE 35 (encerrada em 3 de setembro), 22.522 notificações para monkeypox foram registradas no Brasil, representando um aumento de 22% em relação à semana anterior.

Do total de notificações recebidas, 10.362 (46%) foram descartadas, 5.681 (25,2%) foram classificadas como suspeitas, 475 (2,1%) foram classificadas como perda de seguimento e 445 (2%) não atenderam à definição de caso suspeito, sendo considerados “exclusões”. Foram classificados foram confirmados 5.443 (24,2%) casos, e 116 (0,5%) como suspeitos, representando um total de 5.559.

Ainda segundo o boletim, o maior registro de notificações ocorreu na SE 31 (1.037 casos). O mês de agosto registrou 3.699 notificações, 2,1 vezes mais que no mês de julho. Nos três primeiros dias de setembro, compreendidos no boletim, foram feitos 46 novos registros de notificações.

Assim como no cenário mundial, foi registrada uma redução nas últimas quatro SE na média móvel de casos confirmados e prováveis para monkeypox. A proporção de casos confirmados ou prováveis nas semanas epidemiológicas 32, 33 e 34 foi de, respectivamente, 22,4%, 18,2% e 10,6%, indicando um aumento de sensibilidade da vigilância, conforme o boletim.

Na distribuição por Região do País, o Sudeste concentra 4.330 – a maioria dos casos confirmados (77,9%). Já o Centro-Oeste concentra 538 casos, ou seja, 9,7%. As maiores incidências também são observadas nas duas regiões: 4,8 casos por 100 mil habitantes e 3,2 casos por 100 mil habitantes no Sudeste e Centro-Oeste, respectivamente.

O estado de São Paulo registrou 3.182 casos confirmados e prováveis, o maior número (57,2%), seguido do Rio de Janeiro, com 782 casos (14,1%). As maiores incidências foram em São Paulo e Distrito Federal, com 6,8 e 4,9 casos a cada 100 mil habitantes, nesta ordem.

No Brasil, 363 municípios diferentes já registraram ao menos um caso confirmado ou provável de monkeypox, sendo os com os maiores registros São Paulo (2.301), Rio de Janeiro (570) e Goiânia (238).

Os casos notificados no País concentram-se em indivíduos entre 18 e 49 anos (5.124 casos), sendo 4.851 do sexo masculino e 273 do sexo feminino. Entre os casos registrados, 159 (2,9%) tinham entre zero e 17 anos, dos quais 52 tinham de zero a quatro anos. 

No que se refere aos sinais e sintomas, os mais frequentes são: febre (3.225), adenomegalia (2.416), dor de cabeça (2.193) e dor muscular (2.063). Quanto ao local de aparecimento de lesões, a maior frequência foi na região genital (2.609), seguida do tronco (1.909), membros superiores (1.817) e face (1.447).

Quanto à evolução clínica, foram relatados dois óbitos, 106 (1,9%) casos foram hospitalizados por necessidades clínicas, 28 (0,5%) por motivo de isolamento, 123 (2,2%) por motivos desconhecidos no momento da notificação e apenas oito (0,1%) foram internados na UTI. 

Ainda, 13 gestantes foram registradas entre os casos confirmados de monkeypox, sendo que duas estão no primeiro trimestre de gestação, quatro no segundo e seis no trimestre final. Apenas uma gestante precisou ser hospitalizada.

Cenário mundial

No período de 1º de janeiro a 2 de setembro, foram 52.015 casos confirmados laboratorialmente e 395 casos prováveis no mundo, além de 17 óbitos, distribuídos em nove países – Nigéria (4), Gana (4), República Centro-Africana (2), Espanha (2), Brasil (1), Bélgica (1), Cuba (1), Equador (1) e Índia (1).

De acordo com o boletim, pela primeira vez casos e cadeias sustentadas de transmissão são relatados em países sem ligações epidemiológicas diretas ou imediatas com áreas da África Ocidental ou Central, onde a doença é endêmica.

Na Semana Epidemiológica SE 35, o registro de novos casos notificados no mundo diminuiu 33,7% em relação à SE 34 (4.312 e 6.502 casos, respectivamente), números que podem estar subestimados, uma vez que a SE 35 não foi contemplada integralmente. Nas últimas quatro SE, a maioria dos casos notificados foi registrada nas Regiões das Américas e da Europa – 18.271 (74,1%) e 6.148 (24,9%), respectivamente.

Os países com o maior número de casos confirmados globalmente são Estados Unidos da América (18.875), Espanha (6.543), Brasil (5.037), França (3.558), Alemanha (3.480) e Reino Unido (3.413), correspondendo a 78,6% dos casos notificados pelo mundo.

O boletim aponta, ainda, que a curva geral de casos aumentou da SE 28 (10 a 16 de julho) até a SE 32 (7 a 13 de agosto), quando foi registrado o maior aumento de casos e média móvel no mundo (7.316 casos e média móvel de 1.045,1 casos).

Em relação ao perfil dos casos confirmados, 98,2% são do sexo masculino. Pessoas entre 18 e 44 anos representam 77,9% dos casos, e foram notificados 160 (0,6%) casos entre pessoas de zero a 17 anos, dos quais 43 (0,2%) têm idade entre zero e quatro anos.

Após a transmissão, a maioria dos contaminados apresentou sintomas leves da doença, sendo os principais deles: febre, atingindo 26.932 pessoas (78,1%), seguida de qualquer erupção cutânea, atingindo 20.330 pessoas (59%).

Dos casos confirmados e prováveis, apenas nove (0,1%) precisou de internação em unidades de terapia intensiva (UTI). Outros 1.549 (8,4%) precisaram de internação devido a necessidades clínicas ou de isolamento, e 16.928 (91,6%) não precisaram de internação.