Primeira tertúlia de 2022 homenageia acadêmicos falecidos

Na última quarta-feira, 9 de fevereiro, a Academia de Medicina de São Paulo (AMSP) iniciou a série de tertúlias acadêmicas de 2022. Para dar início aos eventos, foi realizada uma “Sessão da saudade”, em homenagem aos acadêmicos falecidos, de forma híbrida.

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Na última quarta-feira, 9 de fevereiro, a Academia de Medicina de São Paulo (AMSP) iniciou a série de tertúlias acadêmicas de 2022. Para dar início aos eventos, foi realizada uma “Sessão da saudade”, em homenagem aos acadêmicos falecidos, de forma híbrida.

O anfitrião do evento foi Helio Begliomini, vice-presidente da AMSP. “Uma das maiores e mais importantes finalidades das academias e sociedades com certeza é a reverência aos membros que nelas ingressam. Realizando esta sessão, por um lado, temos tristeza ao receber a notícia de que um confrade ou confreira se foi, por outro, devemos nos alegrar, pois eles fizeram jus ao receberem o título de acadêmicos. Um membro será sempre imortal enquanto nós o reverenciarmos e o lembrarmos”, iniciou.

José Mandía Netto

Iniciando as apresentações, o acadêmico Rogério Toledo Júnior foi o responsável por homenagear José Mandía Netto, patrono da cadeira 111 da Academia de Medicina de São Paulo. “Agradeço ao presidente e à diretoria pelo honroso convite, de homenagear José Mandía Netto, meu colega de especialidade. Apesar de uma distância muito grande em épocas, me sinto honrado em poder o homenagear”, agradeceu o palestrante.

Mandía se formou em dezembro de 1953, na Escola Paulista de Medicina, e no decorrer de sua trajetória acadêmica e clínica, publicou diversos artigos de grande relevância para a área médica, estando presente em diversas entidades de Saúde. “Foi, não só professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, mas também diretor da instituição por 12 anos, exercendo um excelente trabalho”, ressaltou Toledo.

De acordo com o acadêmico, “Mandía trilhou uma carreira extremamente brilhante, era uma pessoa íntegra, que infelizmente não tive o prazer de conhecer, mas muito me orgulho de poder reverenciar tão nobre colega. Existem muitas coisas para falar sobre ele, mas me sinto apequenado, pois não precisa ser enaltecido, precisa apenas ser lembrado”.

Aron Judka Diament

Em seguida, o acadêmico Saul Cypel homenageou Aron Judka Diament. “Sensibilizado por este convite, tive a oportunidade de recitar a trajetória de vida de alguns dos contornos do profissional, filantrópico, professor, devorador de livros, amante da música e excelente pai de família Aron Judka Diament. Em vários desses aspectos, pude reviver momentos de convivência de tal maneira que sou grato por essa oportunidade e me sinto honrado em prestar esta homenagem em nome de nossa Academia”, declarou.

“Compartilhamos atividades profissionais por mais de 30 anos e tivemos uma convivência de muito respeito e amizade. Aron primava por saber considerar o outro, ser sempre gentil e

disponível, desde os ensinamentos mais elementares até os mais complexos. Seguro em suas opiniões, era também flexível, capaz de refletir sobre novas propostas e oferecer espaço para serem assimiladas e apreciadas”, complementou.

Nascido em 19 de julho de 1931, em Piaski, na Polônia, veio para o Brasil com 5 anos de idade. Formado em 1955 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Diament estagiou por 4 anos como voluntário no Departamento de Neurologia e Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da FMUSP, tendo recebido pelos dois primeiros anos diploma do Case.

“Incentivado por seu pai, inicialmente interessado em Saúde, escolheu a Medicina como profissão por uma questão de altruísmo e humanitarismo. Em um período de 15 anos, professor Aron foi galgando pouco a pouco os degraus de sua carreira. Desde o ano de 1981, foi o responsável pela formação de inúmeros os residentes em Neurologia infantil”, destacou o colega.

Ainda segundo Cypel, são várias as sociedades que Diament ocupou, sendo responsável por altos cargos em entidades nacionais e internacionais. “Gostaria de destacar sua dedicação filantrópica, seu senso de responsabilidade comunitária e seu sonho em contribuir para o bem da Saúde da comunidade. Fica aqui meu respeito à pessoa que Aron foi, tenho profunda admiração por sua trajetória profissional, digna e consistente”, finalizou.

José Vicente Barbosa Correa

Finalizando as homenagens, o acadêmico Olavo Pires de Carvalho reverenciou José Vicente Barbosa Correa. “Formado pela Escola Paulista de Medicina em 1954, Correa sempre estava procurando mais conhecimento e, em 1972, formou-se também em Direito pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).”

Na área médica, se especializou em Ortopedia e Traumatologia, tendo sido professor Titular de Medicina Legal da Faculdade de Direito da FMU e diretor administrativo do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP por 16 anos.

“Ele era um historiador, sempre falava com carinho da Academia, frequentava as reuniões e tinha orgulho de pertencer à entidade. Também chegou a fazer um emblema logístico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia, que rememora a história dos emblemas da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Medicina, o qual usamos por um longo período”, ressaltou Carvalho.

Finalizando, disse: “Correa foi um indivíduo que com toda certeza merece ser eternizado dentro de nossa organização. Tenho muito orgulho de poder tê-lo tido como gestor, além de ser um excelente médico e advogado, fez jus ao fazer parte da Academia de Medicina de São Paulo”.

Fotos: Marina Bustos