De acordo com informações do mais recente boletim epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, entre os anos de 2015 e 2022, foram notificados 20.874 casos suspeitos de síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ). Do total de casos suspeitos, 3.707 (17,7%) foram confirmados para alguma infecção congênita e, destes, 1.852 (49,9%) foram classificados com SCZ.
Em 2022, 419 casos suspeitos foram notificados até a SE 31, a sua maioria – 336 (80%) – em recém-nascidos, sendo um caso confirmado para SCZ de um nascido em 2016; 76% dos casos notificados em 2022 estão em investigação.
De acordo com o boletim, a maioria dos casos confirmados de SCZ é de crianças que nasceram durante o período de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), de 2015 a 2017. Neste período, o Nordeste apresentou a maior concentração de casos. De 2018 em diante, os casos confirmados apresentaram uma redução gradativa ao longo dos anos.
Entre 2015 e 2022, foram identificados 1.711 nascidos vivos com SCZ, dos quais 920 (53,8%) eram do sexo feminino, 1.105 (64,6%) com peso adequado ao nascer e 1.373 (80,2%) com nascimento a termo (entre 37 e 41 semanas) de gestação. No que diz respeito à faixa etária das mães, 813 (47,5%) tinham idade entre 20 e 29 anos.
Óbitos e casos em investigação
Dentre os casos confirmados com SCZ, no período entre 2015 e a SE 31/2022, 255 (13,76%) foram a óbito. Neste período, foram confirmados 123 óbitos fetais em decorrência da infecção congênita pelo vírus Zika.
A maior parte desses óbitos ocorreu na Região Nordeste, em 2016. No ano corrente, foram confirmados dois óbitos para SCZ, nascidos em 2015 e 2020; 51% (122) dos óbitos eram de crianças do sexo feminino, 39,7% (95) com peso adequado ao nascer e 68,2% (163) com gestação a termo.
Ainda, 45,6% (109) das mães tinham idade entre 20 e 29 anos. As principais causas de óbito foram as anomalias congênitas (108 – 45,2%), sendo a microcefalia o tipo com maior ocorrência (55 – 50,9%).
Do total de casos notificados no período analisado, 3.106 permanecem em investigação para SCZ, distribuídos anualmente da seguinte forma: 4% (158) do total de notificações de 2015, 8% (664) de 2016, 13% (342) de 2017, 20% (351) de 2018, 34% (508) de 2019, 37% (380) de 2020, 47% (382) de 2021 e 77% (321) de 2022.
Os estados com os maiores números de casos em investigação são Bahia (590), Tocantins (436), São Paulo (308), Espírito Santo (299) e Rio de Janeiro (213).
De acordo com o boletim, as notificações têm apresentado um declínio significativo desde 2017, no término do período de emergência em saúde pública, o que não diminui a necessidade de vigilância permanente para novos casos e óbitos no País. E tendo em vista a circulação do vírus Zika no País e a dispersão do Aedes aegypti – seu principal vetor – por todo o Brasil, torna-se possível a ocorrência de novos surtos.